A flexibilização das medidas restritivas impostas pela pandemia proporcionou um cenário otimista na hotelaria. O Rio de Janeiro, por exemplo, é o destino nacional mais procurado para o Réveillon, segundo levantamento da Decolar. Por outro lado, apesar da melhora dos indicadores, fatores como o aumento do valor das passagens aéreas e as dificuldades financeiras podem inibir o retorno das atividades turísticas.

De acordo com Alfredo Lopes, presidente do HotéisRIO e conselheiro da ABIH-RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro), a expectativa dos próximos meses para o setor é positiva, com aumento da movimentação. Ele atribui essa projeção às declarações da prefeitura do Rio, que já deixou clara a intenção de autorizar as festas de Réveillon e Carnaval sem restrições, desde que o combate à pandemia proporcione condições favoráveis à liberação.

“Acreditamos que o Réveillon será um divisor de águas, visto que para o final do ano já há hotéis na Barra e na Zona Sul com 80% das reservas confirmadas. A quantidade de visitantes que recebemos nos recentes feriados de setembro e outubro, de 75,4% e 86,70%, respectivamente, nos faz acreditar em resultados ainda melhores nos próximos eventos”, avaliou Lopes.

Mesmo com números positivos, é importante observar que alguns indicadores importantes apontam instabilidade econômica. Dados de levantamento realizado recentemente pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) mostraram que o ICF (Intenção de Costume das Famílias) apresentou crescimento nulo em outubro após quarta alta consecutiva.

Rio: aumento de demanda anima hoteleiros

Laís Howard, assistente de Qualidade do Novotel Rio de Janeiro Leme, da Accor, afirmou que o empreendimento tem boas expectativas para as festividades de fim de ano e espera taxa de ocupação de 87% para o Réveillon, principal chamariz de turistas para a cidade.

“Hoje, nós estamos operando com ocupação de 65%, diária média de R$ 345,00 e nosso público tem sido majoritariamente brasileiro, principalmente vindos de cidades das regiões Sudeste e Sul”, pontuou.

Laís explica que, desde o início de 2021, o hotel tem recebido uma pequena demanda de turistas internacionais e a expectativa é de que este número aumente até o final do ano, com a abertura gradual das fronteiras.

No Tulip Inn Ipanema, as perspectivas são ainda mais otimistas. Rayane Goes, gerente geral do hotel, afirma que a taxa de ocupação esperada para o fim de ano é de 100%, visto que as vendas foram realizadas com muita rapidez.

“Desde o mês passado, temos operado com taxa de ocupação de 90% aos finais de semana, mesmo com chuva, e variando entre 70% a 80% durante a semana”, comenta a gerente, acrescentando que o hotel, cujas acomodações são no estilo flat, já tem sentido um aumento de demanda no setor corporativo, recebendo solicitações de empresas para contratos mensalistas.

“Atualmente, nossa diária média é de R$ 220,00 e pretendemos chegar a R$ 263,00 em dezembro, período para o qual também prospectamos aumento da demanda internacional, com turistas vindos principalmente dos Estados Unidos”, finaliza.

(*) Crédito da foto: eacuna/Pixabay