Com a nova variante da Covid-19, muitas cidades brasileiras têm optado pelo cancelamento das festas de Réveillon, com o intuito de evitar uma nova onda de contaminação. O Rio de Janeiro, porém, mantém sua tradicional queima de fogos em 10 pontos da cidade, incluindo obviamente a Praia de Copacabana, segundo anunciado pelo prefeito Eduardo Paes em coletiva no Centro de Operações Rio na tarde de ontem (9). A confirmação das comemorações anima o setor hoteleiro, que espera ocupação de 100% para o período.

O evento acontecerá de forma restrita, sem a realização de shows, e terá 16 minutos de fogos distribuídos em várias balsas, além de 25 torres de som mecânico. Durante a coletiva, Paes afirmou que as medidas adotadas pela Prefeitura seguem o recomendado pelo Comitê Científico do município. “Essa é uma versão simplificada no Réveillon. Venham para o Rio, a cidade está aberta, mas iremos ter um pouco mais de zelo e respeitar aquilo que foi determinado pelo Comitê Científico. Há uma decisão mais restritiva do que a gente gostaria, nós respeitamos e vamos cumprir. Vamos espalhar os fogos pela cidade e não iremos cercear o direito de ir e vir, mas achamos que essas medidas vão evitar uma aglomeração maior”, pontua.

A hotelaria recebeu a notícia com boas expectativas. Em entrevista do Hotelier News, Alfredo Lopes, presidente do HotéisRIO (Sindicato dos Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro) e conselheiro da ABIH-RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio de Janeiro), afirmou que a liberação do Réveillon foi extremamente positiva para a cidade, para a indústria do turismo e do comércio, visto que o Rio possui bom índice de vacinação.

“Temos que aproveitar isso e obviamente garantir as nossas fronteiras, de forma que não entrem pessoas infectadas aqui. Acredito que a cobrança do passaporte vacinal é correta, assim como a exigência de cumprimento das medidas de controle, como uso de máscaras e álcool. Chegou a hora de comemorarmos essa virada de página frente à pandemia, que nos levou tantas vidas e foi tão cruel para muitos segmentos econômicos e muitas famílias”, ressaltou o presidente da entidade.

“Estamos plenamente preparados para oferecer um ambiente seguro para os moradores da cidade e para os visitantes, seguindo todos os protocolos sanitários. A previsão da hotelaria é de que o índice de ocupação chegará a 100%”, finaliza.

Em nota, o Rio CVB (Rio Convention & Visitors Bureau) demonstrou apoio à realização da queima de fogos, afirmando que as adaptações na festa certamente gerarão impacto positivo para o turismo da cidade.

“Neste sentido, o Rio Convention & Visitors Bureau confia no trabalho que vem sendo realizado pela Prefeitura do Rio e pelo Governo do Estado, analisando dados com a colaboração dos respectivos comitês científicos, para avaliar as condições da cidade. A manutenção da queima de fogos sem a realização de shows, que geram aglomeração, é uma solução que pode atender a esses critérios”, diz o texto da entidade.

Expectativas dos empreendimentos

No Orla Copacabana Hotel, as expectativas também são positivas. “Nós já estamos com 80% dos leitos vendidos para a ocasião”, afirma João Fernandes, gerente geral da propriedade localizada em um dos bairros mais tradicionais da cidade.

Ele afirma ainda os turistas brasileiros respondem pela maior parte das reservas, mas ressalta que a demanda internacional já dá sinais graduais de retomada. “Hoje, a maior parte do público do nosso hotel ainda é formada por brasileiros, vindos principalmente dos estados de São Paulo, Goiás e do Distrito Federal. Por outro lado, também temos sentido um crescimento, ainda que modesto, da demanda internacional, o que nos deixa bastante animados, porque é importante também pensarmos no período depois das festas. Para o carnaval, por exemplo, já estamos com reservas abertas e algumas já confirmadas. Porém, com essa nova cepa, precisamos ficar atentos com a possibilidade de novas restrições. No momento, nos resta aguardar”, finaliza.

(*) Crédito da foto: Poswiecie/Pixabay