A retomada do lazer é uma realidade no Brasil, apesar da diária média ainda estar longe do ideal. Um mercado que, na maioria dos players, se beneficia com o retorno deste segmento atualmente é o de resorts. No entanto, os métodos de cativar hóspedes têm ido além do modelo all inclusive. A “obsessão” agora está relacionada à aplicação de protocolos sanitários rígidos em decorrência da pandemia da Covid-19.

Para iluminar o caminho, os empreendimentos contaram com a união do mercado, promovida principalmente pela Resorts Brasil. A associação foi responsável por aglutinar 53 propriedades do tipo em prol destas medidas de segurança contra a Covid-19. A inspiração, conforme conta Janyck Daudet, CEO do Club Med para América do Sul, à Folha de S. Paulo, veio dos chineses.

“Como eles lidaram primeiro com a pandemia, foi muito importante para nós ter essa experiência, para podermos nos preparar para operar também com segurança”, afirma. O Club Med Lake Paradise, em Mogi das Cruzes (SP), foi um dos primeiros à implementar as ações paliativas de saúde, baseado no que fez na unidade da China.

Ao todo, a discussão da Resorts Brasil por um protocolo sanitário geral começou em 2020, sendo sugerida aos empreendimentos após quatro meses de discussões de um comitê.

Também ao jornal, Ana Biselli Aidar, presidente-executiva da entidade reforça a importância desta organização. “São mais de 50 mil pessoas, direta e indiretamente empregadas. Nós esperamos mesmo que o pior já tenha passado”, diz.

Resorts Brasil: protocolos

O comitê reunido pela Resorts Brasil foi liderado por Marcelo Boeger, sócio consultor da Hospitalidade Consultoria e vice-presidente da Associação de Turismo de Saúde e Bem-Estar. O especialista concentrou as medidas em cinco eixos, incluindo alimentos e bebidas e lavanderia e rouparia.

“Como tínhamos operações diferentes, em praias, montanhas, grandes, médias e menores, o primeiro ponto foi padronizar todos os protocolos”, explica. Após aprovação da Anvisa, o documento do comitê orientou os mais de 50 resorts brasileiros à usar peróxido de hidrogênio à desinfecção dos ambientes.

Além desta, os padrões estabelecidos com ajuda de Boeger falam também da gestão de UTI no caso de um hóspede ter de ser isolado por suspeita de contaminação. É possível atribuir ao comitê também a ideia das portas que abrem com sensor em pulseira, check-in por aplicativos e, em alguns casos, até leitores faciais.

(*) Crédito da foto: Alexander Kaunas/Unsplash