Ao visitar a Ilha Rasa, em Búzios, Paulo Henrique Barbosa, fundador do Resid Club & Hotels, teve uma visão. Enquanto observava a natureza intocada e as águas cristalinas, imaginou como aquele local poderia se transformar no símbolo do novo conceito de hospitalidade que sonhava em criar. O destino, que nos anos 1990 atraiu celebridades como Bono Vox e Madonna, seria o cenário perfeito para o primeiro passo do clube privado que está prestes a abrir sua primeira unidade.

“A ideia do Resid nasceu da vontade de colocar o Brasil no mapa global de clubes privados de luxo, algo que sempre faltou no país”, conta Barbosa em entrevista exclusiva ao Hotelier News, explicando como a natureza e a hospitalidade brasileira inspiraram o projeto.

Com cinco sócios, entre eles Rafael Caiado e o chef Alex Atala, o Resid foi idealizado como um clube privado que uniria sofisticação e exclusividade com uma forte identidade brasileira. “O Alex representa essa brasilidade que queríamos no Resid, assim como fez com a gastronomia ao elevar ingredientes como a mandioca ao cenário mundial”, acrescenta Barbosa.

Claudia Ribeiro, Paulo Henrique e Alex Atala (1)

Resid busca oferecer experiências completas na hospitalidade

O Resid Club & Hotels não se limita a oferecer estadas de luxo, mas uma coleção de memórias sensoriais inesquecíveis. A adesão ao clube custa R$ 360 mil, com taxas anuais de R$ 15 mil, e é transferível para futuras gerações, garantindo a continuidade do legado. Para Barbosa, o objetivo é ressignificar o conceito de exclusividade. “Pensamos em uma comunidade diversa, que compartilha a paixão pela vida e pela qualidade de cada experiência”, explica.

A seleção dos membros é feita com extremo cuidado. Atualmente, o Resid está captando até 250 membros fundadores, que terão os maiores privilégios dentro do clube. Após isso, o clube abrirá espaço para mais 2,5 mil associados. A resposta do mercado tem sido positiva, com grande adesão ao modelo de clube privado.

Hotéis e experiências exclusivas

O Nas Rocas, na icônica Ilha Rasa, será o primeiro hotel do Resid Club & Hotels. Com inauguração prevista para 2025, o local contará com 66 bangalôs, bares e restaurantes assinados por Atala, oferecendo uma experiência gastronômica exclusiva. A arquitetura permite aos hóspedes atividades como vela e mergulho em praias privativas. “O hotel já atraiu mais turistas internacionais do que brasileiros, e queremos continuar a resgatar esse tipo de destino para criar um novo capítulo na hotelaria de luxo no Brasil”, diz Barbosa.

Além do Nas Rocas, outro hotel já está em desenvolvimento, desta vez em Fernando de Noronha, com previsão de inauguração para 2026. O destino se soma a outros que estão nos planos de expansão do Resid, como a Amazônia e Trancoso, totalizando cinco hotéis em cinco anos.

Gastronomia e hospitalidade de luxo

A presença de Atala no Resid Club & Hotels vai muito além de um simples nome. O renomado chef, conhecido por seu trabalho no restaurante D.O.M., trouxe sua expertise para criar uma experiência gastronômica que dialoga com a hospitalidade do clube. “A gastronomia está intrínseca nas nossas experiências, é um dos cinco pilares principais do nosso serviço. Queremos criar memórias afetivas por meio da alimentação”, afirma Barbosa.

Claudia Ribeiro Bernstein, sócia e Chief Hospitality Officer, também é uma peça-chave na construção da hospitalidade do Resid. Com o objetivo de proporcionar um serviço impecável, ela é a responsável por garantir que cada detalhe da experiência dos membros seja marcante. “Estamos criando um ambiente onde sofisticação e conforto são apenas o começo. Nosso compromisso é redefinir a excelência e oferecer momentos memoráveis para nossos membros”, pontua Barbosa.

O Brasil no cenário global

Embora o Resid Club & Hotels tenha como objetivo a internacionalização, o foco inicial do projeto está no mercado brasileiro. Para Barbosa, o Brasil tem um potencial subaproveitado no setor de turismo de luxo. “O Brasil tem branding, mas não tem fluxo. Queremos mudar essa realidade e colocar o país no mapa global do turismo de luxo”, ressalta.

Ele acredita que o Resid pode preencher essa lacuna, atraindo não apenas turistas internacionais, mas também incentivando o turismo de alta renda dentro do Brasil. As experiências propostas pelo clube, que incluem vivências culturais com povos indígenas, por exemplo, são parte dessa estratégia para criar um turismo exclusivo e sustentável. “Estamos muito focados no mercado brasileiro agora, mas o público estrangeiro é um propósito a longo prazo”, conclui Barbosa.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Resid Club & Hotels