Depois da tempestade, a bonança já dá as caras para a Rede Deville de Hotéis. A empresa, que chegou a fechar seus nove empreendimentos entre os meses de abril e setembro de 2020, agora respira aliviada com a certeza de que o pior passou. Operando no azul, o grupo encontra-se hoje com 80% do volume de receitas registrado em 2019, mesmo com um primeiro semestre comprometido pela segunda onda de contágios.

“Em 2021, não fechamos nenhuma unidade quando fomos surpreendidos por novas infecções por Covid-19 em março. Porém, a rede foi altamente impactada pelas restrições impostas pelos governos e prefeituras. As perspectivas são positivas, mas 2021 vai ficar pela metade”, avalia Leandro Carvalho, diretor de Marketing e vendas da Deville desde janeiro deste ano.

Em linhas gerais, a rede não tem do que reclamar. Apesar do buraco deixado em março, o crescimento vem sendo gradativo semana a semana. Carvalho afirma que junho encerrou com melhores resultados do que janeiro – até então o melhor mês desde a reabertura – e julho tem tudo para ser ainda mais positivo.

“A expectativa é que julho seja o melhor mês desde março deste ano. A perspectiva é de fechar 2021 bem próximo aos patamares de 2019. Em algumas semanas, tivemos hotéis que até superaram os níveis pré-pandemia”, revela o diretor.

Sem compartilhar números exatos dos indicadores, Carvalho pontua que a segunda onda comprometeu os resultados da primeira metade do ano, o que pode distorcer a visão da retomada. “Não são indicadores relevantes devido à segunda onda, mas com certeza foi um período acima do primeiro semestre de 2020”.

Rede Deville - leandro carvalho

Carvalho: 2021 é um ano de oportunidades

Rede Deville: um novo corporativo

Apesar de grande parte de sua demanda ser, originalmente, corporativa, a Deville se posiciona como uma rede plural, que atende a todos os tipos de segmentos. Inclusive, os hóspedes de lazer que fizeram os resultados positivos possíveis. “Existe um mix de negócios novo, mesmo sem o público business. O lazer vem nos contemplando com melhores índices e algumas confirmações de eventos”.

Com o avanço da vacinação, a previsão é que os resultados cheguem aos patamares de 2019 já em 2022. Mas até lá, as demandas corporativas devem seguir em marcha lenta, ainda que muitas empresas estejam flexibilizando suas restrições de viagens. “O corporativo depende da decisão da empresa e não apenas da vontade do colaborador. Multinacionais têm políticas mais rígidas de modo geral e estão aguardando a imunização chegar a níveis mais seguros”, acrescenta o diretor.

Alinhadas às decisões das empresas, as medidas restritivas dos destinos também têm peso relevante na retomada do business. E isso reflete diretamente nas performances dos empreendimentos. “Quando as bandeiras flexibilizam, o mercado reage. Praças como Maringá, Salvador e Porto Alegre já estão com solicitações para eventos por causa das medidas restritivas”, destaca Carvalho.

O executivo explica que há muitas interpretações quanto a volta do corporativo e que é impossível fazer futurismos durante a pandemia. Para ele, o mais provável é que as viagens de curta duração sejam reduzidas e substituídas por reuniões online. Em contrapartida, estadas de maior duração devem retornar com mais força.

“A necessidade de estar presente e fechar negócio face to face não vai deixar de existir, pois é algo inerente ao ser humano. Muitos profissionais estarão ansiosos para encontrar parceiros. Acredito que o corporativo vai voltar diferente, e isso pode significar até melhor do que antes. A pandemia trouxe um novo movimento, como é o caso do bleisure, misturando lazer e negócios que pode ser interessante”, complementa.

2021 e novas oportunidades

Com um caixa sólido e estável, a Deville recuperou suas perdas e voltou a faturar. A rede fez o uso de medidas desenvolvidas pelo governo para apaziguar a crise e reter custos, o que se mostrou favorável para o grupo. “Hoje estamos no azul e freamos as perdas. Com as medidas, conseguimos que os resultados não fossem tão ruins”.

Deixando o olho do furacão para trás, Carvalho enxerga 2021 como um ano de oportunidades de crescimento. A rede manteve seus planos de expansão e, em breve, deve anunciar novidades. “É claro que não existe nada garantido, mas com base nos dados que temos hoje, 2021 ainda pode render muito”.

Dentre as praças que estão performando melhor, o diretor destaca Salvador e Cuiabá. Indo na direção contrária, Curitiba deve levar mais tempo para se recuperar. “A retomada de cada mercado vai de acordo com a flexibilização das restrições. Curitiba ficou fechada por mais tempo e isso impactou a demanda. Já Salvador e Cuiabá não tiveram restrições tão severas”.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Rede Deville