Com o aumento do consumo online gerado pela pandemia, o turismo passou a ser alvo de crescentes ataques hackers. O valor de dados pessoais de clientes que a indústria armazena subiu, deixando o setor ainda mais atrativo para esses criminosos. Empresas do segmento passaram a investir ainda mais em cibersegurança, gerando receitas de US$ 1,4 bilhões em 2021, segundo a GlobalData. De acordo com a empresa de análises, esse número deve chegar a US$ 2,1 bilhões em 2025.

O último relatório da GlobalData, Cybersecurity in Travel and Tourism—Thematic Research, destaca a crescente demanda por produtos e serviços de segurança cibernética por empresas de viagens e turismo para proteger os dados pessoais de seus clientes.

“Os viajantes agora esperam uma experiência perfeita durante a viagem, resultando em empresas usando tecnologias como Internet das Coisas e nuvem. No entanto, isso tornou o setor vulnerável aos cibercriminosos, pois essas tecnologias coletam dados mais pessoais e confidenciais, mas valiosos”, comenta Rachel Foster Jones, analista da GlobalData.

Os recentes ciberataques informados pela Marriott International, vítima de violações de dados pela terceira vez em apenas quatro anos, reforça a necessidade de investir pesado em cibersegurança.

Planejamento de defesa

Quando os cibercriminosos se apossam dos dados, não apenas os clientes são colocados em risco, mas também a reputação de toda a empresa. Uma série de ataques de alto perfil no setor levou ao escrutínio das estratégias de segurança cibernética, com os reguladores agora reprimindo e multando companhias que não protegem os dados de seus clientes.

“Portanto, o risco de ignorância cibernética está aumentando e as empresas de turismo precisam começar a levar a cibersegurança a sério. Para uma estratégia de segurança cibernética eficaz, elas devem acompanhar as novas tecnologias e estar um passo à frente dos cibercriminosos”, continua a analista.

“Estratégias eficazes de segurança cibernética devem envolver planejamento de contingência, pois apenas investigar um ataque em suas consequências ou simplesmente cumprir as obrigações de conformidade não será suficiente e, em vez disso, levará apenas a um ciclo interminável de gastos. As empresas de viagens e turismo começaram a tomar nota, com muitas contratando um diretor de segurança da informação para desenvolver e implementar programas eficazes de segurança da informação”, acrescenta Rachel.

“Contratar um executivo especializado é um bom começo, mas se as empresas de viagens e turismo quiserem provar que estão comprometidas com a segurança cibernética, precisam dar um passo adiante”, complementa a analista. “As companhias devem ter seu diretor no conselho de administração, pois, atualmente, a maioria dos diretores corporativos não possui experiência adequada em cibersegurança. Se as empresas devem manter as credenciais ambientais, sociais e de governança que possuem, elas não podem ignorar a segurança cibernética, pois é um pilar vital da governança corporativa”.

(*) Crédito da foto: pixelcreatures/Pixabay