Um dos destinos Mice mais procurados do país, Foz do Iguaçu vem organizando sua retomada de forma gradativa. Ainda com demandas retraídas, quase nulas, os eventos ainda são motivo de grande preocupação para hotéis convention, como é o caso do Rafain Palace. Reaberto ontem (30), o empreendimento depende do retorno das ações corporativas para atingir seu breakeven.

Fechado em março, o meio de hospedagem vinha analisando minuciosamente o mercado para escolher a data certa para reabrir as portas. “Acompanhamos o cenário macro, como estava a evolução da pandemia e principalmente a situação dos eventos, nosso principal nicho de mercado. Analisamos a procura pelo destino e realmente havia uma demanda pequena. A partir de setembro, já sinalizava algo mais positivo”, explica Vanessa Delboni, gerente de Vendas do Rafain.

Além das demandas, a situação financeira do hotel também foi fator de peso. O empreendimento adotou MPs para reduzir custos, mas a demissão de 40% do quadro de funcionários foi inevitável. “Estar aberto significava um custo mensal. Conseguimos adotar as medidas governamentais, o que nos deu mais fôlego para voltar mais seguros e focados em uma retomada mais assertiva”, complementa.

Dos 270 apartamentos, apenas 90 estão operando. Segundo a gerente, o hotel reabriu recebendo hóspedes, em sua maioria vindos de São Paulo. “No final de semana a procura é maior. No próximo trimestre acreditamos que a melhora será gradativa. Para o final de ano, estamos com procura considerável em relação ao mesmo período do ano passado”.

Foz do Iguaçu atrai muitos estrangeiros durante o ano todo e, com as restrições de viagens, um dos principais públicos desapareceu, tanto no lazer quanto no corporativo. “Foz é um apelo para que turistas de fora venham e isso reflete nos hotéis. Eles representavam 80% dos visitantes. Para eventos internacionais, também havia uma demanda muito boa que agora está fazendo a diferença”, salienta Vanessa.

Com ajustes e flexibilizações nos tarifários de eventos e hospedagens, o Rafain manteve seus valores para 2021, sempre levando em consideração a atual situação de pandemia nas renegociações. “Tivemos sensibilidade diante de cada processo. Sabemos que não é culpa de ninguém. Mantivemos acordos e analisamos o mercado para fazer as devidas adaptações”.

rafain palace- vanessa delboni

Vanessa: turismo de eventos tem um papel fundamental na retomada

Rafain Palace: a brecha do Mice

Com 19 mil metros quadrados de área, o Espaço de Convenções do hotel funcionará com 30% de sua capacidade nessa primeira fase, sendo o único com espaço para comportar eventos de médio a grande porte considerando o distanciamento social e dos mobiliários. “Além disso, oferecemos opções de realização de eventos também ao ar livre ou em meio à natureza. Temos uma área verde com mais de 60 mil metros quadrados e estrutura para montar diferentes formatos de atividades nesses locais”, completa.

No próximo sábado (3), o Rafain já recebe seu primeiro evento, para 450 pessoas, marcando o recomeço das demandas. Em novembro, a Itaipu Binacional também fará um encontro no empreendimento em formato híbrido. “Temos alguns eventos pequenos. Em novembro também teremos uma ação do Rotary e, em dezembro, o Festival das Cataratas, que terá uma redução de expositores este ano”, explica a gerente.

Vanessa ainda garante que a tradicional comemoração de Ano Novo irá acontecer seguindo os protocolos de segurança implementados. Serão cinco festas temáticas com ceia no dia 31 de dezembro. “Estamos aguardando informações da prefeitura sobre restrições, mas vamos fazer mesmo que em novo formato”.

Sobre o breakeven, provavelmente ficará para 2021. Dependente do retorno do Mice, 99% dos eventos foram remarcados para o ano que vem. “Este ano está complicado. Vamos trabalhar e assumir o compromisso de fazer o nosso melhor com todo o know how e passar confiança para as coisas fluírem de forma positiva”.

A gerente finaliza ressaltando a importância dos eventos no mercado e fazendo um apelo para que as empresas voltem a desenvolver ações. “As companhias vão assumir essa desafio e se arriscar? Em contrapartida, precisamos que elas acreditem. O evento é uma ferramenta forte de vendas e networking que parou por completo. Pedimos que acreditem nos processos dos hotéis e espaços. Existe a viabilidade para realizar, existe um meio de sobreviver. Precisamos dar sequência do turismo de eventos que tem um papel fundamental na retomada do mercado e ajuda de forma direta milhares de pessoas”.

(*) Crédito das fotos: Divulgação Rafain Palace Hotel & Convention