Um dos serviços mais básicos do setor hoteleiro, a limpeza das UHs sempre foi garantida pelos empreendimentos — pelo menos até o início da pandemia. Quando o coronavírus explodiu em todo o planeta, a higienização dos quartos fazia parte dos protocolos sanitários das propriedades. Porém, com a redução do número de casos e avanço da vacinação, parte dos hotéis está mudando suas políticas de governança.

De acordo com uma matéria do Yahoo!, a redução do serviço de limpeza era necessária perante o desconhecimento sobre a transmissão do vírus, visando evitar o contato entre hóspedes e funcionários. Entretanto, redes e empreendimentos independentes seguem praticando as medidas adotadas no início da pandemia.

Em alguns casos, os hóspedes precisam solicitar o serviço diariamente, como é o caso de boa parte dos hotéis das redes Marriott e Hilton. No Walt Disney World, a limpeza foi reduzida para tarefas básicas a cada dois dias — o que inclui substituição de toalhas e remoção de lixo, mas não engloba a arrumação de casas, por exemplo. Outros empreendimentos, como o Hotel Solares, em Santa Cruz, na Califórnia, realizam apenas uma faxina por hospedagem e somente para estadas acima de três dias.

“Os hóspedes não querem ter que solicitar toda vez que precisam esvaziar o lixo ou trocar as toalhas sujas”, afirma D. Taylor, presidente internacional da Unite Here, sindicato de trabalhadores de hospitalidade dos EUA e do Canadá. “Sem limpeza, o que impede um hotel de ser apenas um Airbnb mais caro?”, questiona.

Cortes de custos

Considerando os impactos da inflação e da alta nos preços dos insumos, é de se esperar que empresas adotem medidas para reduzir custos. De acordo com uma pesquisa da American Hotel & Lodging Association, de novembro de 2021, hotéis verificaram alta de 79% nas despesas das limpezas. Além disso, a indústria de lazer e hospitalidade do país perdeu quase metade da força de trabalho, com baixa recuperação nos últimos meses, segundo o Bureau of Labor Statistics dos EUA.

Contudo, nem todos os hotéis estão preocupados em cobrir custos — alguns estão apenas interessados em aumentar a margem de lucro. “O trabalho que estamos fazendo agora em cada uma de nossas marcas é torná-las empresas de margens mais altas e criar mais eficiência de mão de obra”, disse Christopher Nassetta, CEO da Hilton, durante uma teleconferência de ganhos para investidores em fevereiro de 2021. “Quando sairmos da crise, esses negócios terão margem maior e exigirão menos mão de obra do que antes do Covid-19.”

(*) Crédito da foto: reprodução/Hotel News Resource