Em operação no Brasil desde 16 de novembro, o Pix surgiu como uma nova forma de pagamento. Totalmente gratuita para pessoas físicas, o método oferece vantagens como transferência a qualquer hora de qualquer dia. Mas qual será o impacto da novidade na hotelaria?

Segundo balanço do Banco Central, instituições financeiras registraram mais de 100 milhões de chaves. O cadastramento teve início em 5 de outubro e o processo é relativamente simples: basta escolher uma chave – podendo ser desde o CPF, número de telefone ou até mesmo um número de preferência.

E para a hotelaria? O meio de pagamento é benéfico? De acordo com Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação, o Pix pode trazer o barateamento das transações. “Além de uma maior fluidez para os pagamentos, já que a pessoa pode fazer o check-in ou check-out e realizar o pagamento através de um QRCode, pode trazer antecipação de recebíveis, redução das tarifas do uso de maquininhas, e, principalmente, na melhor experiência do lado do usuário”, contextualiza.

Outra pesquisa realizada recentemente pelo banco digital BS2 em parceria com o Opinion Box, também destaca como vantagem paras as empresas o menor custo (49%), praticidade e recebimento ágil de pagamento (47%), realização de pagamentos a qualquer hora do dia (45%) e nos fins de semana (38%).

Para o setor do turismo como um todo, Igreja também acredita que os impactos são muito benéficos. “Por exemplo, uma pessoa poderia vender uma excursão e receber esses pagamentos de forma muito rápida, sem ter que mandar comprovante, esperar a transação bancária. Com o Pix, tudo isso acontece de forma absolutamente instantânea. Então, principalmente, para as pequenas empresas e profissionais autônomos que atuam nesse setor, as vantagens são diversas”, justifica.

Já olhando pelo outro lado, o especialista acredita que os riscos existentes estão ligados à engenharia social. “Que nada mais é do que cooptar as pessoas a fazerem coisas indevidas. O Pix não tem problemas estruturais evidenciados até o momento. O sistema não passou por indisponibilidade e não sofreu nenhum tipo de ataque que se tenha comprovação. Os riscos estão atrelados a pessoas de má índole se passando pelo hotel, mandando SMS ou WhatsApp e levando o consumidor a fazer transferências para contas que não são do hotel. Os riscos estão ligados ao desconhecimento e mau uso, mas não ao sistema em si”, explica.

pix - Arthur Igreja

Igreja vê maior fluidez para os pagamentos do setor

Pix: como tem sido até agora

Já aderiu à novidade a Summit Hotels, que inclui o método em todas as unidades. Com o cadastro feito desde outubro, já é possível mensurar certa adesão por parte dos clientes. “Ainda não temos um dado concreto por sermos uma rede, mas observamos um incremento de pagamentos por Pix na ordem de 30% , principalmente por pessoa física”, informa Rui Uchôa, CEO da rede.

No balanço geral, a marca faz uma avaliação positiva do novo método. “A agilidade é muito maior, além disso a transferência cai imediatamente na conta sem burocracias e demoras desnecessárias”, comenta Uchôa.

Como desvantagem, o CEO aponta uma falta de divulgação do método. “Os bancos precisam melhorar a divulgação dessa forma inteligente de serviços e transferências financeiras. Existem muitos clientes, pessoas físicas e jurídicas que ainda desconhecem essa nova modalidade, que facilita em demasia o dia a dia do contas a pagar e receber dos hotéis e diversas empresas”, destaca.

Também aderiu ao método a Pousada Port Louis, em Caraguatatuba (SP). Com pouco tempo de uso, o empreendimento tem utilizado o Pix para pagamento de fornecedores e reservas. “Facilita muito por ser um método fácil em que o dinheiro cai na hora, além de não ter taxas”, diz Luiz Vicente Tammaro, proprietário da pousada. “Como principal ponto negativo, na nossa opinião, é a vinculação de apenas uma conta por CNPJ/CPF”, adiciona.

(*) Crédito da capa: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

(**) Crédito das fotos: Divulgação