A queda menor do que a estimada da atividade econômica em março tem feito analistas econômicos revisarem (para cima) as projeções para a economia em 2021. Apesar do otimismo moderado, a maioria já descarta retração do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre, como a XP e Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas). Para o ano como um todo, a recuperação só ganha tração com a vacinação e o controle da pandemia.

Divulgado ontem (12), o resultado de março do IBC-Br, do Banco Central, foi melhor do que a expectativa de instituições financeiras e consultorias. O recuo de 1,59% na comparação com fevereiro superou a estimativa inicial de contração de 3,75%. Com isso, o indicador encerrou o primeiro trimestre com alta de 2,3% em relação ao quarto trimestre do ano passado.

Na avaliação do mercado financeiro, o impacto econômico da segunda onda do coronavírus está sendo mais moderado do que o observado na primeira (2020) e indicadores de abril têm surpreendido positivamente. Isso tem levado muitos analistas a estimar expansão do PIB no primeiro trimestre, além de elevar as perspectivas para 2021 como um todo. Vale destacar que, no turismo e em boa parte do setor de serviços, os desafios se mantêm intensos. Na hotelaria, por exemplo, hotéis têm fechado definitivamente.

Os números oficiais do PIB do primeiro trimestre serão divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) somente em 1º de junho. Para 2021, a média de projeções do mercado é de crescimento de 3,21%.

PIB 2021 e o turismo

A economista Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre/FGV passou a descartar o risco de queda no 1º trimestre. “Estamos revisando os números para cima. Era -0,2% no boletim passado e deve ficar em torno de 0,3%. Para o ano há um viés para cima”, afirma Silvia, lembrando que a projeção para o ano era de alta de 3,2%, em entrevista ao G1.

Na segunda-feira (10), a XP fez o mesmo, avaliando que a economia vem se normalizando mais rápido do que o esperado com o avanço da vacinação. A instituição passou a estimar alta de 0,3% no 1º trimestre e de 4,1% no ano.

Para o turismo e a hotelaria, contudo, moderação é a palavra-chave. Isso porque o setor de serviços segue em dificuldade para reativar suas atividades. Dessa forma, entre economistas, permanece o consenso de que uma retomada mais consistente continua ligada ao controle da pandemia e à vacinação acelerada.

PIB - estimativas revisadas_info G1

(*) Crédito da foto: geralt/Pixabay

(**) Crédito do infográfico: reprodução de internet/G1