CNC - família endividadas_Peic_JaneiroCNC: queda no índice de atraso mostra que dívidas cabem no bolso das famílias

Depois de crescer no último bimestre de 2019, a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) deu uma trégua. Após atingir o maior patamar da série histórica (65,6%) em dezembro, o indicador recuou para 65,3% em janeiro. Houve alta, contudo, na comparação com igual período de 2019 (60,1%). As informações foram divulgadas hoje (6) pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

A pesquisa trouxe ainda outros dados positivos. Houve queda no total de famílias com dívidas ou contas em atraso (24,5% para 23,8%), no terceiro recuo mensal consecutivo. Já o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar seus débitos caiu de 10% para 9,6%. Os dois indicadores, contudo, apresentaram alta em relação a janeiro de 2019.

José Roberto Tadros, presidente da CNC, diz que, apesar do indicador permanecer em elevador patamar, há pontos positivos. Segundo Tadros, a queda nos indicadores de atraso e inadimplência reforça que as dívidas são compatíveis com a renda familiar. “As melhores condições do crédito têm permitido a ampliação desse mercado ao consumidor, que vem tendo mais segurança para comprar por conta da melhora recente do mercado de trabalho”, diz.

CNC: outros dados

A parcela média da renda comprometida com dívidas foi outro item que cedeu na comparação mensal. Segundo a CNC, o indicador caiu de 29,7% para 29,4%, sendo ainda o menor percentual aferido desde maio de 2019. Na avaliação de Izis Ferreira, economista da CNC, havia uma demanda represada por bens que são mais dependentes do crédito, como móveis e eletrodomésticos, o que justifica os números atuais.

“A proporção do comprometimento da renda com dívidas vem caindo desde novembro de 2019 e reforça que o consumo está sendo retomado através do que se pode chamar de dívida responsável, com as famílias se organizando para pagar empréstimos e financiamentos”, explica Izis.

Entre as principais dívidas apontadas pelos brasileiros, em janeiro, estão: cartão de crédito (79,8%), carnês (15,9%) e financiamento de carro (10,9%).

(*) Crédito da foto: Marcos Santos/USP Imagens