A inflação é um dos principais vilões da economia no momento, tirando o poder de compra da população e reduzindo as margens de lucro das empresas. Vários produtos e serviços apresentaram alta de preços nos últimos 12 meses, mas nenhum supera as passagens aéreas. Entre os 367 subitens que compõem o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), os bilhetes acumulam a maior alta nos últimos 12 meses, de exatos 123,26%.

O levantamento foi divulgado pela Folha de São Paulo a partir de números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo o instituto, no recorte mensal, o aumento nos preços dos bilhetes em junho foi de 11,36%, após ter subido ainda mais em maio (18,40%). Vale destacar que, nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumulou avanço de 12,04% até junho.

Em termos gerais, o índice não é o oficial da inflação do Brasil, mas um sinal de tendência para os preços. Isso porque se trata de uma previsão que começa a ser calculada na segunda metade do mês anterior. Neste caso, os preços foram coletados entre 14 de maio e 13 de junho.

Isso significa que o resultado não leva em consideração as consequências dos reajustes nos preços dos combustíveis anunciados pela Petrobras no dia 17 de junho. Para avaliar os reflexos da medida, é necessário aguardar o dado oficial (IPCA), que também é realizado pelo IBGE. A previsão para sua divulgação é no dia 8 de julho.

As passagens aéreas lideram uma lista dominada por alimentos. Abobrinha (+101%), cenoura (+99,55%) e pepino (+84,03%) são outros “vilões”, assim como o transporte por aplicativo (+64,03%) e óleo diesel (+51,04%).

Maiores altas no acumulado até junho (em %):

  • Passagens aéreas - inflação alta _ interna

    Passagens aéreas acumulam alta de 123,26% em 12 meses

    Passagem aérea: + 123,26%

  • Abobrinha: + 101%
  • Cenoura: + 99,55%
  • Pepino: + 84,03%
  • Batata-inglesa: + 65,93%
  • Café moído: + 65,41%
  • Tomate: + 65,08
  • Transporte por aplicativo: + 64,03%
  • Melão: + 61,26%
  • Morango: + 54,08%
  • Cebola: + 52,32%
  • Óleo diesel: + 51,04%
  • Pimentão: + 48,89%
  • Mamão: + 47,62%
  • Manga: + 44,93%

Alta dos combustíveis

Um dos elementos que mais impacta no preço das passagens é o aumento do querosene de aviação. Ao longo dos últimos 12 meses, o combustível acumulou alta de 102,4% frente a igual período do ano passado, informa, em nota, a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) a partir de dados ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Os dados mais recentes da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) revelam que a tarifa aérea média real cresceu 12,6%, na comparação entre o acumulado de janeiro a abril de 2022 (R$ 580,41) com a tarifa aérea média real do ano passado (R$ 515,22).

Sinal de alerta ligado para todo turismo, mas em especial para destinos turísticos dependentes de malha aérea, sejam de lazer ou corporativos. A ver as cenas dos próximos capítulos.

(*) Crédito da capa: Eduardo Knapp/Folhapress

(*) Crédito da foto: TobiasRehbein/Piabay