Projetando um futuro mais promissor do que seu curto passado, a OYO Hotels & Homes se prepara para entrar no universo do capital aberto. Em novembro de 2021, o Hotelier News teve acesso ao prospecto direcionado órgão regulador da Índia, com informações importantes sobre os planos da startup. Segundo divulgado pelo Skift, a empresa de Ritesh Argawal está pronta para iniciar uma oferta pública nas próximas semanas, avaliada em torno de US$ 9 bilhões.

Embora a avaliação tenha sido reduzida da faixa de US$ 10 bilhões sinalizados ao apresentar a documentação de IPO (Initial Public Offering) em sua terra natal há cinco meses, a startup indiana busca superar seus desafios de sustentabilidade nos negócios, reputação de marca e obter maior lucratividade.

Em setembro de 2021, a OYO firmou uma parceria de cooperação estratégica com a Microsoft, que investiu US$ 5 milhões na empresa. Como parte do acordo, a operadora de hotéis se comprometeu a desenvolver soluções inteligentes dentro do ecossistema de nuvem Microsoft Azure, como auto check-in, travas inteligentes e assistentes virtuais.

Aos trancos e barrancos, a OYO sobreviveu à pandemia até o momento, embora seu modelo de negócios tenha mudado. Argawal elogiou a empresa apoiada pelo Softbank e defendeu o crescimento acima de tudo antes da crise, o que claramente não foi uma boa ideia, visto que a operadora está envolvida em diversos processos judiciais e coleciona parceiros insatisfeitos, inclusive no Brasil.

Quando o coronavírus explodiu no mundo, a startup se viu obrigada a demitir milhares de funcionários, abandonou seu modelo de garantia de receita e amargou o fechamento de propriedades parcerias. Diante do cenário crítico, Argawal optou por frear a expansão em praças como China e EUA e priorizar a Índia, Sudeste Asiático e Europa, assumindo o compromisso de corrigir suas falhas até aqui.

Avaliação da proposta

O Skift ouviu a opinião de especialistas que avaliaram a proposta da OYO para o mercado financeiro. De acordo com Dan Wasiolek, analista da Morningstar, a situação da empresa não é tão ruim. “Em comparação com alguns meses atrás, o apetite por empresas de crescimento não lucrativo diminuiu recentemente com o aumento das expectativas de taxas de juros”, disse.

“De acordo com o PitchBook, de propriedade da Morningstar, a OYO produziu um prejuízo líquido de US$ 343 milhões e US$ 286 milhões nos anos fiscais encerrados em março de 2019 e 2020, respectivamente. Embora a empresa possa ter perdido sua janela ideal de IPO, uma avaliação-alvo de US$ 9 bilhões ainda representaria uma receita saudável de 10 vezes em março de 2019, US$ 946 milhões em faturamento”, acrescenta.

Tom Magnuson, cofundador e CEO da Magnuson Hotels, com sede no Reino Unido , disse que um dos desafios da OYO é melhorar seu relacionamento com os proprietários de hotéis, acrescentando que elevar a relação não é “como aumentar os membros do LinkedIn”.

“A sustentabilidade realmente exigirá um marketing local muito prático e um relacionamento de suporte intensivo com cada proprietário”, afirma Magnuson. “E menos ainda uma abordagem em escala de nível superior.”

Após a aprovação do Conselho de Valores Mobiliários da Índia, a OYO, de acordo com uma reportagem da Bloomberg, poderia logo em seguida montar um roadshow e abrir o capital nas próximas semanas.

O Softbank, informou a Bloomberg, tem uma participação de 47% da empresa e venderia algumas ações, enquanto Agarwal manteria o controle de mais de 30% da startup. O preço seria determinado após o roadshow.

(*) Crédito da foto: reprodução/Skift