Em outubro, o Hotelier News viajou ao Paraná para investigar o movimento de retomada no estado. De volta à capital, averiguamos os números da hotelaria no destino que ainda sente o impacto da escassez do público corporativo e de eventos.

Segundo Elias Rodrigues, CEO da HCC Hotels, os hotéis da empresa vivem momentos divergentes. “No Four Points by Sheraton, não fechamos e no mês de maio já atingiu seu ponto de equilíbrio. O Go Inn abrimos em setembro e no mês de outubro chegamos no break even. Já o Quality e Radisson abrimos dia 29 de outubro e o Quality está recuperando mais rápido”, contextualiza.

Com a falta do corporativo, eventos e o público internacional, a marca precisou rever as metas do ano. “Infelizmente, a meta que tínhamos para 2020 não será alcançada, mas quando se iniciou a pandemia refizemos os números para o período em abril, com os impactos do mercado internacional e demanda do lazer nacional e esse objetivo está sendo alcançado”, comenta Rodrigues.

O público de negócios, inclusive, antes da pandemia representava mais da metade da ocupação de alguns hotéis. “Cerca de 80%, pois o Radisson e Four Points tem um dos maiores espaços de eventos da hotelaria na cidade, dentro disso a demanda internacional que detínhamos também após pandemia praticamente zerou”, explica o CEO.

Outro revés enfrentado pelos empreendimentos têm sido as restrições de voos. Segundo Rodrigues, a malha aérea é fundamental para as hospedagens de negócios. “A cada retomada de números de voos para Curitiba a ocupação do mercado aumenta e o terrestre para os finais de semana e feriados são mais expressivos”, argumenta.

Para a retomada, a rede teve que repensar o público e novos métodos para atrair hóspedes. “Como sempre trabalhamos em melhorar nossos serviços, tivemos uma retomada com público de lazer que busca qualidade, mas também já observamos pequenas reuniões e profissionais a trabalho”, pontua o executivo.

Rodrigues: ocupação chega aos 49% aos finais de semana

Curitiba: os números da retomada

Mesmo com as restrições, a ocupação volta a subir na capital. Suprindo a falta do corporativo com lazer, os números de outubro já apresentam melhor recuperação. “O Four Points chegou a 44,5%, com uma diária média de R$ 338,45. O Go Inn, com 24% e diária média de R$ 186. Como o Go Inn e Radisson, especialmente para o feriado de Finados, superaram a ocupação de 36%”.

Visando atrair clientes, a empresa aposta em medidas simples, serviços através de colaboradores, qualidade de estruturas e protocolos nacionais e internacionais de segurança e higiene. “Também apostamos no A&B (Alimentos & Bebidas) por meio de serviços de entrega. Foi uma grande surpresa, chegamos a uma média de 609 entregas por mês. Nossa feijoada aos sábados continua sendo feita e entrega com a mesma qualidade”.

“Curitiba já vinha em uma crescente do turismo de lazer. Todo o trabalho da cidade vem ajudando na retomada. Hoje temos uma ocupação média de 49% de ocupação em finais de semana, mostrando que temos potencial. Com a demanda reprimida do lazer e a retomada da economia acreditamos no crescimento da região”, finaliza Rodrigues.

(*) Crédito da capa: rafapinha/Pixabay

(**) Crédito da foto: Divulgação/HCC Hotels