Trump Hotel - LSH LifestyleHotel, que fica na Barra da Tijuca, hoje se chama LSH Lifestyle 

A PF (Polícia Federal) realizou hoje (29) operação que investiga esquema de propina em troca de investimentos em vários projetos, entre eles no extinto Trump Hotel. Segundo informações da Folha de São Paulo, os alvos são diretores e ex-diretores do BRB (Banco de Brasília), além de outras pessoas envolvidas no negócio. Suspeita-se que o esquema tenha movimentado R$ 16,5 milhões em subornos desde 2012. O hotel, hoje chamado LSH Lifestyle, fica na Barra da Tijuca.

Os alvos principais da operação são executivos atuais e já afastados do BRB. Entre eles Vasco Cunha Gonçalves, presidente licenciado do banco, Nilban de Melo Júnior e Marco Aurélio Monteiro de Castro, diretores Financeiro e de Relações com Investidores e de Serviços e Produtos, respectivamente. Contra os três há mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pela 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília.

Outro investigado é Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, neto do general João Baptista Figueiredo. Contra ele também foi expedido mandado de prisão. Diogo e Adriana Cuoco, filho e nora do ator Francisco Cuoco, respectivamente, além de sócios na Globomix (empresa de serviço de concretagem) também são investigados por lavagem dinheiro para o esquema. De acordo com reportagem da Folha de São Paulo, o primeiro é alvo de mandado de prisão, enquanto a segunda de busca e apreensão.

A operação se baseia nas delações premiadas de executivos da Odebrecht, do corretor Lúcio Bolonha Funaro, e do empresário Ricardo Siqueira Rodrigues. Em sociedade com Figueiredo Filho, Rodrigues montou um fundo de investimento para captar dinheiro para a construção do Trump Hotel.

Trump Hotel: o esquema

Em 2013, Figueiredo Filho se associou ao conglomerado de Donald Trump para abrir o empreendimento de luxo, ainda na esteira da euforia da Copa do Mundo e da Rio 2016. A Trump Organization cedeu o uso da marca para a propriedade até Olimpíada, retirando-se depois que o negócio passou a ser investigado. De fato, suspeitas sobre a operação sempre existiram, inclusive com prejuízos para a empresa do presidente americano. 

Após a propriedade ser finalizada, em maio de 2016, Rodrigues vendeu sua participação no negócio de R$ 50 milhões. O valor causou estranheza, afinal o empresário aportou R$ 800 mil no negócio. A investigação sustenta que ele e outros sócios enriqueceram indevidamente. Hoje delator, Rodrigues disse em depoimento que todos os sócios tinham conhecimento do esquema de corrupção.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/LSH Lifestyle