Em face às adversidades como a guerra na Ucrânia e restrições de viagem em vigor, o turismo segue em recuperação, ainda que abaixo dos patamares pré-pandemia. Um levantamento realizado pela OMT (Organização Mundial do Turismo) aponta que turistas estão cada vez mais saindo de férias no exterior, com aumento de 130% em janeiro de 2022 em relação ao mesmo período em 2021. O número corresponde ao acréscimo de 18 milhões de viajantes internacionais ao redor do mundo e equivalente ao aquecimento total observado no ano passado.

Segundo publicado pelo o G1, antes de cair para um terço do valor por conta da pandemia, a receita global do turismo atingiu US$ 1,48 trilhão, em 2019. Só no Brasil, o prejuízo acumulado pelo setor desde o início da pandemia foi de R$ 508,8 bilhões.

A OMT explica que resultados só passaram a apresentar tendência positiva em 2021, principalmente no segundo semestre do ano. No entanto, este movimento foi desacelerado pelo impacto da variante Ômicron, atingindo as viagens internacionais em janeiro de 2022, que eram 67% inferiores ao período anterior à pandemia. Até o mês de março, o índice chegou a 71% frente ao mesmo mês de 2019, bastante distante dos valores pré-pandemia.

Um estudo desenvolvido pela GlobalData reforça os dados da OMT, e afirma que esse valor deve chegar a 82% em 2023 e 97% em 2024. Somente em 2025 é esperado que o setor atinja a recuperação completa, ao alcançar 101% dos níveis de 2019, contabilizando 1,5 bilhões de partidas internacionais. No entanto, a trajetória de retomada não é linear entre diferentes regiões ou países do mundo.

Recortes regionais

Embora a recuperação das partidas internacionais tenha se manifestado em todas as regiões do mundo, há destaque para a Europa e Américas – em especial a do Norte que apresentou crescimento de 15% frente a 2021.

“Os EUA cresceram para se tornar o maior mercado de viagens de saída do mundo em 2021. Em 2022, as saídas da América do Norte devem atingir 69% dos níveis de 2019, antes de uma recuperação total até 2024, em 102% dos níveis de 2019, à frente de outras regiões”, afirma Hannah Free, analista de viagens e turismo da GlobalData.

Na Europa também se espera que as saídas internacionais atinjam 69% dos números de 2019, em 2022. “À medida que a confiança nas viagens se recupera, espera-se que o mercado intra-europeu se beneficie, impulsionado pelas preferências por viagens de curta distância”, explica Hannah, que também cita a importância do turismo da Ucrânia e Rússia para o continente.

Já na Ásia-Pacífico, a expectativa é que fique para trás em termos de recuperação. As partidas de saída da região atingirão apenas 67% dos níveis de 2019 em 2022, devido à remoção relativamente mais lenta das restrições de viagem e à propensão a novas restrições domésticas durante os surtos de Covid-19.

Outrora o maior mercado de viagens de saída da região e do mundo, a China não está mostrando nenhum sinal de relaxar suas rígidas medidas de fronteira no curto prazo. Em 2021, as saídas internacionais da China foram apenas 2% dos níveis de 2019.

(*) Crédito da foto: Pixabay