Nos dias de hoje, vivenciamos o aparecimento cada vez mais rápido de novas ferramentas e plataformas de interação. No ambiente das redes sociais, por exemplo, o Facebook tem perdido o espaço para concorrentes como o já consolidado Instagram e, mais recentemente, para o Tik Tok. Mas, ainda é interessante pensar: a rede criada por Mark Zuckerberg ainda é relevante para empresas de hotelaria e turismo que querem atingir clientes no ambiente digital?

Thiago Akira, consultor de Marketing para a hotelaria, afirma que sim. “Entre novembro de 2021 e janeiro deste ano, o Facebook perdeu cerca de 500 mil contas. Mas, se analisarmos bem, é um número irrisório para uma rede que conta com quase 3 bilhões de usuários. Por mais que haja essa tendência de ingressão, quem ainda está na rede costuma ser bastante ativo, e isso ainda contribui para que as marcas tenham sucesso em seus anúncios na plataforma”, pontuou em entrevista ao Hotelier News.

Facebook - Thiago_Akira

Akira: comportamento do consumidor favorece desenvolvimento de estratégias

 

Além disso, o profissional ressalta que o fato do Facebook conter mais informações sobre usuários facilita a segmentação de público na hora de criar um anúncio. “É um detalhamento de informações que facilita muito a vida das empresas”, completa.

Pedro Carvalho, diretor de Marketing da Amarante, por outro lado, alerta que as políticas de privacidade cada vez mais rígidas dificultam a precisão das conversões. “Hoje, não temos mais tanta facilidade em entender o perfil do consumidor. Por isso, as empresas precisam investir em bancos de dados internos para mapear os interesses”, acrescenta.

O executivo aponta também que, para construção de marca, o Facebook ainda é uma ferramenta com custo consideravelmente mais baixo em relação ao Instagram. “Ainda é um ambiente interessante para investir e criar estratégias. Hoje, 75% do nosso gasto em marketing é direcionado às mídias digitais”, analisa.

Dicas para criar boas estratégias

Para criar conteúdo de qualidade e que seja atrativo ao usuário, ambos os profissionais apontam que ainda é interessante seguir alguns caminhos. “Eu diria que respeitar a jornada do consumidor é o primeiro passo. O primeiro contato com o usuário tem que ser focado na experiência, sem necessariamente trazer um preço ou um call to action. É preciso encantar primeiro, para capturar esse lead dentro do funil de conversão”, explica Carvalho.

“No topo do funil, trazemos conteúdo inspiracional. O hóspede não se apaixona pelo quarto de hotel, mas sim pela experiência que o empreendimento pode proporcionar. À medida que ele for evoluindo no funil de conversão, vamos apresentando o produto aos poucos, de maneira sutil. Acredito que essa seja uma estratégia bastante interessante, porque para nós tem garantido resultados bastante positivos”, diz o diretor de Marketing.

Akira, por sua vez, observa que também é interessante para as marcas construir presença em grupos de interesse no Facebook. “Os grupos ainda são um ambiente bem forte, que gera bastante interação. Se os hotéis querem fazer estratégias de conversão, podem entrar nesses ambientes para tirar dúvidas e trazer conteúdos relevantes. Tudo isso é uma grande oportunidade de se posicionar”, afirma.

“Além disso, é interessante não interpretar o Facebook como uma rede ‘de gente velha’. Tem pessoas de todas as faixas etárias consumindo conteúdo”, finaliza o consultor.

(*) Crédito da capa: LoboStudioHamburg/Pixabay

(**) Crédito da foto: Arquivo pessoal