Com sinais de recuperação das atividades, o MTur (Ministério do Turismo) anunciou hoje (10) uma coalizão para o retorno do segmento. A pasta uniu-se à iniciativa privada, terceiro setor e Sistema S em uma aliança denominada Retomada do Turismo. A proposta é realizar uma série de ações com o objetivo de mitigar os efeitos negativos causados pela pandemia nos últimos meses.

Em apresentação encerrada há pouco no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro; Marcelo Álvaro Antonio, ministro do Turismo; Gilson Machado, presidente da Embratur e Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos) apontaram as principais diretrizes que irão guiar o caminho para a recuperação do mercado.

Coordenado pelo MTur, o programa institui eixos de atuação e parâmetros para o desenvolvimento de projetos e ações. São eles: preservação de empresas e empregos do setor; melhoria da estrutura e qualificação dos destinos; implantação dos protocolos de biossegurança e promoção de incentivo às viagens.

Para nortear os próximos passos, foram elencados pontos de relevância que devem ser seguidos: considerar os protocolos de biossegurança para os prestadores de serviços turísticos, turistas e comunidades receptoras; incentivar a conduta responsável de cada indivíduo, como prevenção à disseminação do Covid-19; incentivar as viagens pelo Brasil, em especial as viagens a lazer, de forma responsável e segura; definir medidas para a retomada do turismo de negócios e eventos, como feiras e congressos e convenções; e adotar medidas para melhor distribuição de turistas pelo país, priorizando o turismo em áreas naturais. Vale ressaltar que a pasta prevê resultados efetivos para as iniciativas até julho de 2021.

Com a palavra, o presidente da Embratur relembrou alguns feitos do governo federal no mandato de Bolsonaro como a MP 936 e MP 948. “Nosso PIB foi de 2,6% em 2019. Mais que o dobro do PIB do país. Este ano tivemos a pandemia, o que nos atrapalhou muito. A palavra agora é sobrevivência. Iremos sobreviver e nos recuperar com muito mais força, pois temos potencial para isso”, destacou Machado.

Ferraz salientou a importância das medidas para o setor e não deixou de relembrar as necessidades do segmento que ainda sofre com o impacto da crise. “O MTur injetou R$ 5 bilhões no Fungetur, mas ainda precisamos de muito crédito. Muitas atividades como eventos, feiras e cruzeiros ainda não retornaram e precisam de apoio”. O presidente da Clia ainda fez um apelo para a aprovação da Lei Geral de Turismo, que se encontra parada no momento.

mtur - retomada do turismo 2

Bolsonaro voltou a falar sobre o projeto na baía de Angra dos Reis

MTur: iniciativas e retomada

Antes de assinar a oficialização do programa, o ministro do Turismo pontuou os resultados positivos do setor em 2019 e relembrou a trajetória da pasta desde o início da pandemia. “No ano passado quebramos recordes. O Parque Nacional do Iguaçu, por exemplo, ultrapassou a barreira de dois milhões de visitantes. Em fevereiro, quando foi confirmado o primeiro caso de Covid-19 no Brasil, convocamos uma reunião imediata com grandes associações para avaliarmos os impactos e ações a serem tomadas”, diz.

Segundo Antonio, desde então a agenda do Ministério passou a ser exclusivamente econômica, passando a atuar diretamente com a pasta de Paulo Guedes. “Finalizamos essa etapa de socorro e entramos na fase de retomada. Paralelamente, criamos o selo Turismo Responsável, construído junto ao Ministério da Saúde e nos colocou entre os 10 primeiros países a terem certificações estabelecendo protocolos de biossegurança. Hoje, são mais de 23 mil estabelecimentos certificados”.

Para finalizar o evento, Bolsonaro fez um longo discurso retomando projetos já anunciados, como a revogação do decreto ambiental para a criação de um balneário da baía de Angra dos Reis (RJ). “O país está travado. É um dinheiro fácil que entra e exige pouco investimento. Temos que buscar mudanças e não teremos outra oportunidade”.

O presidente ainda falou sobre uma possível segunda onda de contágio por coronavírus. “Tem que enfrentar. A vida é assim. Como chefe de Estado, tenho que tomar decisões que não me deixaram. O que faltou para nós não foi um líder, mas sim deixar o líder trabalhar”.

(*) Crédito das imagens: reprodução da internet