Visto como salvação de muitos negócios no país, o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda gradualmente engrena. Até semana passada, o projeto, que segue os moldes da MP 936, tinha pouco mais de 500 mil acordos firmados entre empregadores e trabalhadores. Passada uma semana, o montante já ultrapassa 1,5 milhão, envolvendo 384.682 empresas em todo país. Os dados são do Ministério da Economia, reproduzidos pelo G1.

No ano passado, a MP 936 – depois convertida na Lei 14.020/2020 – que vigorou ao longo de oito meses. Ao todo, de acordo com o ministério, a iniciativa atingiu quase 10 milhões de trabalhadores. Nesta segunda edição, o governo federal reservou R$ 10 bilhões para a reedição da medida, que deve ter duração de quatro meses. Hoteleiros ouvidos recentemente pela reportagem do Hotelier News pedem a prorrogação do programa até o final do ano.

Isso porque a segunda onda de contágios da Covid-19 pegou a hotelaria este ano em uma situação mais delicada do que em 2020. Como vimos hoje, resorts vinham de uma alta temporada 19/20 muito boa e havia melhores condições de caixa para fazer frente à queda drástica de demanda gerada pela pandemia. Esse é só um exemplo do que aconteceu e houve regiões e segmentos de hotéis mais afetados do que outros.

Ainda assim, o baque foi grande e a adesão a MP 936 foi maciça na indústria de hospedagem, aliado a acordos firmados previamente com sindicatos de várias regiões do país. Ainda assim, segundo levantamento da Capih (Comissão de Administração de Pessoal da Indústria Hoteleira), foram fechados 10.209 postos de trabalho na hotelaria brasileira no período que compreende 1º de março de 2020 e 1º de março de 2021.

MP 936: mais números

Bastante afetadas pelos efeitos econômicos da pandemia, empresas do setor de serviços foram as que mais aderiram ao programa. Segundo dados do Ministério da Economia, o segmento é responsável por 51,74% dos acordos. Na sequência vêm:

  • Comércio: 25,62%
  • Indústria: 17,24%
  • Construção: 1,73%
  • Agropecuária: 0,31%

Já a suspensão de contrato de trabalho é responsável pela maior parte dos acordos. Veja abaixo:

  • Suspensão do contato: 41,39%
  • Redução de 70% da jornada: 29,69%
  • Redução de 50% da jornada: 19,03%
  • Redução de 25% da jornada: 9,89%

Por fim, São Paulo lidera entre os estados com o maior número de acordos selados entre empregadores e empregados:

  • São Paulo: 25,29%
  • Minas Gerais: 10,44%
  • Rio de Janeiro: 10,36%
  • Bahia: 7,13%
  • Ceará: 6,44%

(*) Crédito da foto: Marcos Santos/USP Imagens