A greve dos caminhoneiros, que começou como manifestação em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na terça-feira (7), tem causado dor de cabeça à hotelaria catarinense, de acordo com presidente da ABIH-SC. O terceiro dia de paralisações criou um cenário de incerteza para turistas que pretendem visitar as regiões onde há bloqueios, e os hotéis ainda não conseguem mensurar o quanto isto poderá afetar a operação.

As obstruções de estradas têm prejudicado o acesso a diversos pontos do estado, principalmente entre Curitiba (um dos principais polos emissor para o destino) e o litoral catarinense. Contudo, a previsão é que a situação deve se normalizar após Bolsonaro enviar hoje (9) recado aos caminhoneiros que aderiram à greve, pedindo que recuassem.

Para Rui Schurmann, presidente da ABIH-SC, a paralisação foi inoportuna, mesmo que seus efeitos sejam relativamente limitados para os hotéis do estado. “A tendência é que o movimento enfraqueça após as determinações da Justiça e o recuo do presidente. Nós já sofremos muito com essa pandemia e não precisamos de mais nada nos atrapalhando, principalmente quando começamos a enxergar uma retomada”, afirma o dirigente, que assumiu o cargo este ano.

Apesar de acreditar que as restrições não devem durar muito, ou afetar a hotelaria catarinense de forma crítica, o momento é de preocupação, de acordo com Rui. Segundo informações da associação, foram registradas consultas de alguns hóspedes em busca de cancelamento por conta da atual situação, mas em um volume que não chega a ser significativo.

“Estamos começando a sentir o reaquecimento do setor, e um fim de semana perdido é um fim de semana perdido, principalmente em uma época em que os hotéis sobrevivem do final de semana, visto que a ocupação durante a semana ainda é pequena. Os índices de cancelamento não são muito grande, mas, como estamos próximo ao fim de semana, não teremos uma noção do que isso pode acarretar.”

Para o presidente da ABIH-SC, os hotéis devem aguardar para ver o desdobramento da greve e as manifestação de seus cliente. Segundo ele, a palavra-chave do momento é bom senso para contornar mais facilmente qualquer situação que possa vir a acontecer.

Reaquecimento no estado

No feriadão, o estado de Santa Catarina chegou a registrar ocupação na rede hoteleira na faixa dos 60%  – alcançando números que passaram de 85% em muitos locais, como no Litoral e a Serra Catarinense.

Tem se observado nos últimos meses um crescimento do setor no estado, com o avanço das vacinações e a necessidade que os consumidores têm sentido de voltar a viajar. De acordo com Rui, a previsão é que os bons números se repitam nos próximos meses e que o último trimestre do ano seja positivo para a hotelaria catarinense. A expectativa é que a temporada de verão alcance números similares a 2019/2020, a última pré-pandemia.

(*) Crédito da imagem: Agencia Brasil/Reprodução.