Aos poucos, a Meliá Hotels International foi se desvencilhando das operações de empreendimentos da bandeira TRYP, pertencente ao portfólio da Wyndham Hotels & Resorts. O caminho adotado pela rede espanhola foi a conversão, começando pelo TRYP Jesuíno, localizado no bairro do Itaim Bibi, na capital paulista, que agora opera como INNSiDE. Seguindo com os planos de descontinuidade de seu trabalho com a marca, o grupo anuncia a transição de mais uma unidade em São Paulo.

A chegada da INNSiDE ao Brasil em 2020 abriu portas para que mais empreendimentos passassem a operar com a bandeira. A propriedade da vez é o TRYP Iguatemi, que desde janeiro deste ano responde como INNSiDE Iguatemi, encerrando sua trajetória sob a marca da Wyndham.

“A conversão faz parte de um processo de troca de marcas que estamos vivendo globalmente. Nosso trabalho com a bandeira TRYP vem sendo descontinuado por contrato e não poderíamos fazer isso sem ter uma marca de correspondência com o produto”, explica Fernando Gagliardi, diretor de Vendas e Marketing da Meliá para a América Latina.

O executivo ressalta que não se trata apenas de trocar a placa de entrada e promover adaptações estruturais, mas que o novo produto precisa conversar diretamente com a região e público-alvo da bandeira. “Temos que respeitar os atributos da propriedade, que foi pensada em um determinado nicho de mercado. Na região da Faria Lima, os escritórios são predominantes com empresas de uma nova geração”, pontua Gagliardi.

Além do potencial corporativo, o INNSiDE by Meliá São Paulo Iguatemi dialoga com uma vida noturna agitada e culturalmente ativa. A bandeira tem ganhado atenção em outras praças cosmopolitas — como Nova York, por exemplo.

“Existe uma vocação para esse perfil de produto, com estilo mais despojado e contemporâneo. O lifestyle pede pontos de encontro, logo as configurações das áreas comuns são diferentes, com o objetivo de romper as divisões dentro dos hotéis com espaços maiores e integrados”, reforça o diretor.

30 apartamentos foram adaptados

Mudanças e adaptações

Para acompanhar a proposta da nova bandeira, o antigo TRYP precisou passar por adaptações e reformas. Até o momento, as áreas comuns, restaurante, lobby bar e salas de reuniões passaram por retrofit. Já a oferta de hospedagem — em modelo condo-hotel — possui 205 apartamentos. Destes, 30 foram repaginados.

“As obras começaram em dezembro e foram concluídas em março. Oficialmente, o nome mudou em janeiro e já está atualizado nos canais de distribuição e plataformas. As reformas pendentes vão depender do fundo de reservas”, acrescenta Gagliardi. “A conversão é recente, mas já tivemos feedbacks positivos de clientes habitués”.

E muito além das transformações estruturais, a Meliá precisou adaptar também seus serviços. Na cobertura da propriedade, os hóspedes podem usufruir de uma área wellness com piscina, academia e spa terceirizado. Já as UHs sofreram mudanças em suas categorias, enquanto o A&B (Alimentos & Bebidas) teve seu menu reformulado.

“Hoje, contamos com uma oferta mais completa, com serviços de grab and go. Temos refeições rápidas, lanches e o tradicional bufê. No restaurante, incluímos mesas comunitárias para quem está sozinho conhecer outras pessoas”, diz Gagliardi.

O diretor afirma estar otimista para o primeiro ano de operações do empreendimento sob a bandeira INNSiDE, visto que os negócios estão aquecendo. “Nossa expectativa é boa, pois vimos o ritmo de negócios aumentar. Tivemos um mês de fevereiro ótimo e março está bem encaminhado, pois os grandes eventos voltaram. Esse produto sofreu como todos e esperamos que a conversão valorize o empreendimento”, complementa.

Trabalhando com tarifas dinâmicas, a Meliá está em fase de ajustes de preços. Gagliardi espera que a diária média aumente conforme o cliente enxergue valor nos investimentos feitos no hotel.

INNSiDE Itaim

O primogênito da marca no Brasil vem passando por um retrofit total após a conversão de bandeira. Entretanto, o plano de encerrar as reformas em 2022 foi adiado por conta da pandemia. “A mudança aconteceu em setembro de 2020. Este foi um hotel que converteu marca durante a pandemia, logo, não havia como realizar o reposicionamento de tarifas, mas aproveitamos o mercado recessivo para reformar”, declara o executivo.

Gagliardi adianta que o empreendimento não ficará 100% pronto este ano, porém revela que as áreas comuns foram entregues e que o foco da obra são os apartamentos. “Reposicionamos as diárias, que tiveram avanço de R$ 100 frente a 2021. Ainda temos um longo caminho pela frente, mas conseguimos abraçar uma diversidade de público”, pontua o diretor.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Meliá Hotels