Reaberto em agosto de 2020 após quatro meses de paralisação, novembro se consagrou como o melhor mês do Marriott São Paulo Airport desde o retorno das atividades. O empreendimento localizado ao lado do GRU Airport chegou a 57% de ocupação, impulsionado pelo retorno dos eventos e demandas internacionais.

Se antes da pandemia o número de estrangeiros hospedados representava 72% da ocupação, hoje o percentual já chega a 62%. Nilton Cambé, gerente geral do hotel, explica que o aumento é consequência do retorno da malha aérea de companhias internacionais, como a American Airlines. “Ainda sofremos com a queda, mas agora temos um volume significativo de conexões dos EUA que estavam paradas, como para Miami, que já tem nove voos por semana”.

Outro fator que contribuiu para a guinada dos resultados foi a volta dos eventos. Em novembro, o Marriott São Paulo Airport recebeu cerca de 20 ações corporativas dos segmentos de saúde e indústria. Cambé afirma que o número de participantes ainda é limitado por escolha dos próprios clientes.

“Em outubro, fizemos um evento para 400 pessoas, que foi o maior desde a nossa reabertura. Mas em linhas gerais, recebemos ações com menos participantes. Nosso espaço segue todos os protocolos, mas as empresas por enquanto preferem realizar eventos menores, como reuniões e mini convenções”, acrescenta o gerente.

Para dezembro, as previsões são similares, com expectativa de ocupação na casa dos 56%. Apesar da melhora nos resultados, Cambé afirma que ainda não será possível recuperar as perdas geradas pela pandemia e equilibrar os custos. “Tivemos um primeiro semestre muito desafiador e conseguimos ter um retorno de lucro apenas no segundo semestre, o que não foi suficiente para cobrir os prejuízos. A projeção é de igualar os resultados em 2023”.

Assim como muitos empreendimentos do setor, o Marriott São Paulo Airport segue com o desafio de elevar sua diária média. Em escalada gradativa, as tarifas devem chegar aos patamares de 2019 no segundo trimestre de 2022 e consolidar a retomada dos preços no segundo semestre.

Marriott São Paulo Airport: digitalização do A&B

Com altas taxas de inflação, o departamento de A&B (Alimentos & Bebidas) precisou passar por adaptações. Além dos preços acima da média, Cambé conta que muitos fornecedores estão com dificuldade em atender as demandas. “Muitas vezes você quer comprar, mas não encontra na quantidade e rapidez que o hotel precisa”.

Após a retomada das atividades, a unidade passou a utilizar o app da própria Marriott para gestão hoteleira. E com a digitalização dos processos, o gerente explica que ficou mais fácil e prático promover alterações nos cardápios e, consequentemente, evitar desperdícios.

“Antes, qualquer mudança no menu era um problema. Era necessário realizar toda a impressão, o que gerava custos. Agora, conseguimos alterar em segundos, o que melhorou de forma significativa o nosso olhar para o estoque, nos permitindo adicionar pratos de acordo com os insumos que temos”, complementa.

A facilidade abriu espaço para a criação de cardápios sazonais de acordo com as estações do ano que se tornaram o carro-chefe do A&B. “Oferecemos opções com entrada e prato principal por um preço único. Antes, era complicado e esses menus acabavam apenas como uma sugestão do chef”, pontua Cambé.

O movimento de executivos no bufê do almoço, que antes representavam 25% dos clientes do restaurante, já começa a retornar. Ainda longe do percentual pré-pandemia, o hotel vem realizando um trabalho de divulgação nas empresas próximas para retomar as demandas.

(*) Crédito da foto: Nayara Matteis/Hotelier News