Depois de Hilton e Hyatt, foi a vez da Marriott International divulgar seus resultados financeiros de 2020. Em função dos efeitos da pandemia em toda indústria de viagens, a rede norte-americana viu sua receita despencar 50% frente a 2019. Com isso, mesmo cortando US$ 8,6 bilhões em despesas, a cadeia hoteleira trocou o lucro pelo prejuízo líquido de um ano para o outro.

O faturamento da Marriott chegou a US$ 10,5 bilhões, contra US$ 20,8 bilhões um ano antes. Já as despesas caíram 45% em relação a 2019, fechando o ano a US$ 10,4 bilhões, contra US$ 19,1 bilhões nos 12 meses prévios. Com isso, a rede norte-americana fechou o exercício fiscal com prejuízo líquido de US$ 267 milhões, versus lucro de quase US$ 1,6 bilhão em 2019 (variação negativa de 121% na comparação anual).

O RevPar de toda rede cedeu 67,7% frente ao ano anterior, encerrando o exercício fiscal a US$ 42,95. Na análise regional, o pior desempenho ficou com a Europa, região onde o indicador cedeu impressionantes 86,1% – na América Latina e Caribe a queda foi de 66,4%. Na outra direção, e já alguns passos à frente na retomada, os hotéis da China apresentaram redução de 19,6% na métrica de desempenho. Detalhe relevante: no país asiático, a ocupação média anual superou 60%.

Marriott: análise

Com a inesperada perda de Arne Sorenson, coube à dupla Stephanie Linnartz e Tony Capuano assinarem o comunicado enviado ao mercado sobre os números de 2020. Stephanie, por exemplo, destacou o impacto da pandemia no período mais agudo da crise, em abril. Segundo ela, no período, o RevPar caiu globalmente 90%, com uma ocupação média de 12%.

“A demanda em todo o mundo melhorou a partir de então em taxas variáveis, com a China liderando essa retomada. O RevPar na China Continental teve uma recuperação significativa ao longo do ano e caiu menos de 10% em dezembro na comparação anual”, destacou a atual presidente das áreas de Consumer Operations, Technology and Emerging Businesses.

A executiva ainda destacou que, enquanto na China a demanda se mostrou mais resiliente, em regiões onde houve mais dificuldade para conter o avanço do Covid-19, a curva de recuperação foi mais lenta, casos dos Estados Unidos e Europa. “A ocupação média global permaneceu em 35% no quarto trimestre, em linha com o terceiro e ainda substancialmente acima da mínima de abril. Embora ninguém possa saber quanto tempo essa pandemia vai durar, estamos tendo sinais iniciais de que a aceleração da vacinação em todo o mundo ajudará a impulsionar a recuperação da demanda por viagens e hospedagem”, observa.

Já Capuano destacou o avanço na área de desenvolvimento, a despeito da pandemia. Segundo o executivo, o pipeline global cresceu para mais de 498 mil quartos ao final de 2020, com 46% desas UHs já em construção. “Estamos observando um grande interesse em conversões. Um bom exemplo é nosso recente anúncio na região do Caribe e América Latina“, comenta.

(*) Crédito da foto: James Lowton/Washington Business Journal