O negócio de fusões não é carta fora do baralho independente do momento do mercado hoteleiro. No entanto, durante o Americas Lodging Investmente Summit 2021, em Los Angeles, executivos da Marriott International informaram que o momento é de se voltar para outros modelos de negócio.

Por unanimidade, nenhum deles espera uma aquisição parecida com a da Starwood Hotels & Resorts, que teve aporte de US$ 13 bilhões. De acordo com Timothy Grisius, diretor de Fusões e Aquisições Imobiliárias globais da Marriott, a parte financeira é a mais importante para nortear essa opinião do grupo.

“Atualmente, as pessoas estão tentando manter negócios em ordem, agindo com disciplina financeira. Para uma companhia como a nossa, por exemplo, não há necessidade de crescer ainda mais. Isso acontece organicamente, sem necessariamente comprarmos outras marcas”, explica.

A análise de oportunidades do tipo, obviamente, são sempre bem-vindas, segundo Grisius. A diferença agora é que aquisições maiores não terão a mesma força que em anos anteriores.

Cenário

O que a prática do mercado hoteleiro global mostra é que, no âmbito norte-americano, por exemplo, o auxílio financeiro de cada federação fez com que hotéis não precisam dessas transações para sobreviver.

Por outro lado, em aquisições menores e mais orgânicas, algumas companhias conseguiram crescer gradativamente nos últimos anos. Um caso disso é o da Accor, que aumento a presença nos Estados Unidos, adicionando marcas como 21c Museum Hotels e SBE.

Marriott International: atuação

Para a companhia hoteleira norte-americana, o caminho de absorver marcas menores já é seguido há anos. De acordo com Anthony Capuano, CEO da Marriott, as compras de AC Hotels (Espanha) e Protea Hotels (África do Sul) ajudaram a aumentar a capilaridade em ambas regiões.

“Algumas dessas transações seguem um padrão. Em geral, é um player pequeno e regional que nos permite melhorar nossa presença em mercados nos quais não temos visibilidade. Contudo, para os próximos meses, o setor hoteleiro não deve esperar uma grande onda desses negócios. Existe uma lacuna entre a oferta e a venda que pode diminuir o volume de transações assim”, finaliza Capuano.

(*) Crédito da foto: Jonathan Kemper/Unsplash