Em retomada lenta, a hotelaria de Maringá ainda sente fortemente os impactos da crise. O setor deve fechar 2020 com números bem abaixo do esperado no início do ano. Logo no começo da pandemia, os empreendimentos do destino paranaense fecharam suas portas por 30 dias, retornando de forma gradativa em abril. Mesmo autorizados a operar, muitos hotéis optaram por reabrir meses depois devido à baixa demanda.

A previsão de um hotel no centro de Maringá, filiado ao Maringá e Região Convention & Visitors Bureau, é que a taxa de ocupação anual feche em 29,25% em 2020. Já outro filiado avalia que a ocupação média do ano deve ficar em 18%. “Consideramos um ano perdido, pois do que estava previsto no orçamento, não vamos atingir 50%, ou seja, nem metade”, analisou um gerente-geral. Normalmente, em tempos sem pandemia, a taxa de ocupação da rede hoteleira mensal varia entre 60% e 80%, levando esses números à taxa média anual.

Outro hotel filiado destaca que a taxa de ocupação anual deve ficar 30% abaixo do que era. “Não é taxa de ocupação de 30%. Na verdade, a taxa de ocupação está bem abaixo de 30%”, enfatiza o hoteleiro.Somente em dezembro, outro empreendimento destaca que a taxa de ocupação deve ficar entre 15% e 20%.

Maringá: perfil do cliente

Mesmo com a pandemia, o perfil do cliente não mudou, com a maioria das reservas sendo do corporativo. O mercado identificou alterações nos padrões de comportamento, como aumento do consumo no room service, por exemplo. Já aos finais de semana, as ocupações cresceram com a procura de famílias vindas de outras cidades da região. Outro ponto de destaque é a preocupação com a higiene e segurança.

“Acho que eles estão procurando muito mais segurança, por isso buscam aqueles hotéis que mais se preocuparam em adotar protocolos de segurança. Uma limpeza eficiente para garantir sua hospedagem tranquila sem perigo de contaminação”, analisa um dos empreendedores do destino.

Outro hoteleiro avalia que é difícil mensurar se houve uma mudança no perfil do cliente. “É óbvio que nesse período as pessoas estão agindo diferente. É uma época muito difícil para o setor. O perfil de férias normal é diferente do que temos agora. Antes tínhamos famílias que vinham para viajar para Foz do Iguaçu, para parques aquáticos, e agora não temos. Vamos ter que esperar a pandemia passar para avaliar melhor isso”, disse.

Tendências

A avaliação geral do setor é que a maior preocupação com os cuidados e higiene deve permanecer mesmo pós-pandemia. “A tendência da hotelaria é cada vez mais investir na higienização e controles que permitam dar segurança para seus hóspedes, investir mais em divulgação e mídia social dos seus protocolos para conquistar aqueles hóspedes que planejam viajar”. Apesar dos números negativos, o setor permanece otimista, mas para o segundo semestre do próximo ano.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Maringá CVB