Nem acabou a ressaca de flexibilizações dos protocolos de COVID e nos deparamos com o tal do MonkeyPox (Varíola dos macacos)

Em um mundo cada vez mais cheio de riscos ambientais, devemos estar sempre atentos aos riscos que o meio pode trazer aos nossos hóspedes e colaboradores.

Nada de alarme ou pânico, mas sim, uma preocupação adicional, como precaução para proteger as nossas equipes de camareiras, coletores de roupa suja, resíduos sólidos e lavanderia. Para os hóspedes, baixíssimo risco – pois tem contato apenas com as áreas higienizadas e roupas limpas. Apesar de muito menos transmissível que o COVID, ainda assim, não podemos ignorar os números.

Segundo a própria OMS e em nota técnica da ANVISA (03/22), CDC (1708) e tantos outros órgãos e agências pelo mundo, a principal forma de transmissão do MonkeyPox é por meio do contato “pele com pele”, secreções corpóreas ou ainda por contato em objetos pessoais da pessoa infectada.

Desde então, tenho visitado diversos hotéis, seja na condição de consultor ou mesmo de hóspede e percebo, em muitos, a falta do uso de luva pelas equipes, mesmo as que atuam na chamada “rota suja”. Especialmente camareiras que coletam enxoval sujo das camas (lençóis e fronhas) ou toalhas de piscina, assim como aqueles que abastecem as máquinas de lavar na rota suja, em hotéis com lavanderias internas.

Não temos como saber a condição de Saúde do nosso hóspede, principalmente por existir relatos de transmissão assintomática (publicado no British Medical Journal). Como recebemos também em nossos meios de hospedagem pessoas de origem de países em que a situação está tão ou mais grave que o Brasil, devemos estar sempre atentos e seguir os protocolos da rota suja, que usávamos durante o COVID. A prevalência está em pessoas do sexo masculino (95% dos casos) e entre 18 e 49 anos de idade.

Os Estados Unidos têm mais de 14 mil casos registrados, seguidos da Espanha com aproximadamente 6 mil casos. O Brasil acaba de ultrapassar a Alemanha e está em terceiro lugar desta lista, com quase 4 mil casos (dados de 22 de agosto de 2022). Ao todo, são 41.711 casos confirmados no mundo até aqui.

Devemos olhar para este processo mais de perto, para intensificar as medidas de higiene individuais, como a lavagem das mãos (sempre), a adequada desinfecção de superfícies e reforçar o uso de luvas junto das equipes na manipulação das roupas coletadas, como prevenção, visando manter nossas equipes sempre seguras e saudáveis.

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Marcelo Boeger atua como consultor da Hospitalidade Consultoria. Mestre em Planejamento Ambiental (Unibero) e Mestre em Gestão da Hospitalidade (Anhembi Laureate).
Professor do MBA de Gestão em Saúde e Controle de Infecção Hospitalar (CCIH-MED) e coordenador e professor do curso de especialização em Hotelaria e Facilities do Hospital Albert Einstein. Atualmente é VP da AMTSBE (Associação Mundial de Turismo de Saúde e Bem-estar). Autor e organizador de diversas publicações, entre elas:
“Towards a Better World – Tourism, Pandemics, Climate Emergency and Human Rights” (co-autor) Globedit, 2021. “Manual de Hotelaria Hospitalar – Hospital Albert Einstein” – Editora Manole, 2012

https://www.poder360.com.br/saude/brasil-tem-3-788-casos-de-monkeypox-e-e-3o-lugar em-registros/
https://noticias.r7.com/saude/brasil-se-torna-o-terceiro-pais-do-mundo-em-numero-de-casos de-variola-do-macaco-18082022