Operando em frentes tanto para o público de lazer quanto corporativo, a Mabu Hotéis & Resorts espera os bons ventos do segundo semestre. Com boas perspectivas para 2021, a rede sabe que a recuperação ainda será longa, se estendendo para 2022. O grupo hoteleiro com forte atuação no Sul do país prevê uma retomada mais consistente a partir de setembro, principalmente aos feriados e finais de semana.

“Fomos muito afetados. Tivemos dois baques fortes e, por mais que o governo tenha criado medidas, os custos são elevados. Sem sombra de dúvidas a recuperação total ficará para o ano que vem. Agosto, historicamente, é um período de baixa temporada. Mas acreditamos que de setembro em diante vamos vivenciar um movimento parecido com o ano passado, quando ficamos lotados por dois meses”, avalia Wellington Estruquel, CEO da rede.

Presente em dois destinos – Curitiba e Foz do Iguaçu – a Mabu Hotéis teve um semestre desafiador, visto que o Paraná sofreu com a falta de leitos de UTI na segunda onda. “O estado se viu em um cenário bem diferente quando comparado a primeira onda, quando houve uma boa gestão de leitos, diferente de São Paulo e Santa Catarina, por exemplo”, compara o CEO.

Em ambas as praças, a ocupação da rede ficou na casa dos 35%, com picos na ordem dos 60% aos finais de semana, mesmo em Curitiba que possui perfil majoritariamente corporativo. “Fora dessa equação, janeiro performou muito bem. Chegamos a quase 65% de ocupação no Mabu Thermas Grand Resort e 52% no Mabu Curitiba Business. Nosso público segue regional, com ainda pouca expressividade em nível nacional”, revela Estruquel.

Mabu Hotéis & Resorts - estruquel

Estruquel anuncia expansão do Blue Park

Mabu Hotéis & Resorts: retorno dos eventos

Apesar das baixas temperaturas típicas do mês de julho, a evolução da vacina resultou em alta procura para as unidades da rede. Por duas semanas, as ocupações chegaram a 75% em Foz do Iguaçu e 70% em Curitiba. “O que não é nada mal”, comemora o executivo.

Outra tendência animadora é o retorno do Mice. Em junho, a unidade curitibana recebeu 16 eventos de pequeno porte, enquanto o empreendimento em Foz realizou um. “Em Curitiba, a demanda por eventos começou. Em julho, tivemos 18 ações de pequeno porte, com capacidade máxima para 100 convidados. Em Foz temos eventos marcados para acontecer em agosto, setembro e outubro. Já em novembro teremos um evento de médio porte confirmado”.

Além da imunização, a retomada do calendário e das ocupações são frutos do trabalho da equipe de marketing, que tem direcionado seus aportes para o digital. Para agosto, a Mabu está lançando uma campanha “Fique 4 pague 3” entre outros pacotes e promoções.

As vendas diretas, que vinham crescendo cerca de 50% ano a ano pré-pandemia, ganharam aceleração exponencial. “A meta era que as vendas diretas representassem 20% do faturamento da empresa antes da crise. Estávamos em 18%. Hoje, com ocupações baixas, é difícil fazer comparativos, mas nosso volume de vendas diretas cresceu mais de 100% em 2020 e mais de 120% este ano”, diz Estruquel.

Vale ressaltar que Foz do Iguaçu será o primeiro destino turístico a ser 100% vacinado, o que deve catalisar ainda mais as reservas para a segunda metade do ano. “O lazer será o primeiro a voltar e estamos divulgando com força esse feito. Foz é um destino em crescimento e está com um foco muito bom no turismo”, acrescenta.

Multipropriedade em expansão

Inaugurado em 1º de julho de 2020, o My Mabu tem sido uma boa surpresa para o grupo. De acordo com o CEO, o projeto de vendas foi direcionado para utilização total do empreendimento e não em rentabilidade. Ainda com frações em estoque, a unidade de multipropriedade da empresa já comercializou 90% de suas cotas.

Estruquel explica que as vendas foram afetadas pelo mercado argentino, parcela relevante do turismo em Foz do Iguaçu, o que resultou em algumas devoluções de frações. Apesar do desaquecimento, o executivo garante que o setor vem se mostrando resiliente. “As vendas sofreram queda, pois é um segmento que está ligado ao movimento hoteleiro. No entanto, as pessoas estão olhando para a multipropriedade de forma diferente, o que tem sido positivo”.

Com a crise, cancelamentos e inadimplência foram inevitáveis. Entretanto, como se trata de um projeto de categoria premium, voltado para proprietários de renda elevada, o empreendimento teve resultados mais satisfatórios quando comparado a outros do setor de multipropriedade. “Nosso tíquete médio é quase o dobro do mercado convencional. Temos muitos compradores que são empresários, médicos e advogados, ou seja, um público que não foi tão afetado financeiramente”, complementa.

Agora, os próximos passos são expandir a oferta do My Mabu. A primeira fase deve entregar 300 apartamentos, totalizando 7.800 contratos. O Blue Park também iniciará obras com aporte na ordem dos R$ 28 milhões, dedicados à construção de uma área infantil. “Em 2022, iniciaremos as obras da terceira etapa do parque, com rio lento para as famílias, área para crianças entre cinco e 12 anos e outra para os pequenos entre zero e três anos de idade”, finaliza o CEO.

(*) Crédito da capa: Peter Kutuchian/Hotelier News

(**) Crédito da foto: Divulgação/Mabu Hotéis & Resorts