Parece filme repetido, mas diante do endurecimento das medidas restritivas pelo país, produtos de lazer vêm avaliando a possibilidade de fechamento temporário. Outrora propulsores da retomada do turismo, o segmento vê a já baixa demanda minguar ainda mais com as limitações impostas pelos governos estaduais e municipais. Grandes resorts paulistas avaliam a medida, enquanto empreendimentos conhecidos dos consumidores já tomaram a decisão.

Ontem (16), por exemplo, Novotel Itu Itu Golf & Resort e Bourbon Atibaia Resort confirmaram o fechamento temporário até 30 de março. Hoje (17), em comunicado enviado à imprensa, foi a vez do Rio Quente Resorts (o Hot Park também foi incluído), que reabrem em 31 de março, em Rio Quente (GO). Entre as razões apontadas, os quatro empreendimentos alegaram que o compromisso com a segurança de hóspedes e colaboradores é prioridade – e com razão! Veja, ao final da matéria, os comunicados do Novotel e Bourbon.

A decisão, contudo, envolve uma série de variáveis relevantes. Banco de horas disponível dos funcionários, dinheiro em caixa, decretos municipais, capacidade dos hospitais em cada região e volume de reservas para o período são algumas delas, o que torna a decisão de fechar ou não extremamente complexa. Fato é que, mesmo com protocolos sanitários e de segurança eficientes e já comprovados, produtos de lazer precisam funcionar com áreas comuns e restaurantes interditados, o que por si só já limita o interesse do consumidor.

Efeito em cadeia no lazer?

Em contato com a reportagem, lideranças de alguns dos principais resorts do país confirmaram que analisam a possibilidade de fechamento temporário. Ainda assim, é cedo para afirmar que haverá um efeito em cadeia em todo segmento. O que todos disseram é que o controle da pandemia será decisivo para a tomada de decisão. Se a situação nos municípios e estados piorar, o que levará a novos endurecimento nas medidas restritivas, o fechamento será inevitável.

“Realmente, é um dia de cada vez para tomar essa decisão”, disse dos executivos ouvidos pelo Hotelier News. “Hotéis são serviço essencial. A obrigação é fazer room service durante esse período. Se formos ficar abertos, será alimentação room service“, comentou outra liderança.

Certo é que a nova edição da MP 936 (Medida Provisória) facilitaria a tomada de decisão, pois um eventual afastamento dos colaboradores – ponto nevrálgico na análise – teria embasamento legal. Mais ainda, como mostramos em reportagem publicada ontem, sua reedição é vista como bote salva-vidas para o setor, sendo em consequência fundamental para a manutenção de postos de trabalho.

Lazer - fechamento temporário_Novotel

 

Lazer - fechamento temporário_Bourbon

(*) Crédito da foto: PublicDomainPictures/Pixabay