Entre perdas e ganhos, a Laghetto Hotéis não tem do que reclamar quando se trata de resultados durante a pandemia. Assim que o número de contágios deu sinais de estabilidade no segundo semestre de 2020, Gramado (RS) foi um dos primeiros destinos a atrair turistas. O que foi muito bem-vindo para a rede, que tem forte presença na Serra Gaúcha. E é a cidade que segue no topo da lista da empresa quando se trata de diária média.

Com 19 hotéis em seu portfólio – sendo 11 deles em Gramado – a Laghetto perdeu duas unidades nos últimos meses, o Laghetto Itapema (SC) e o Laghetto Alpenhaus (RS). Segundo Diego Cáceres, diretor executivo do grupo, o fim dos contratos foi uma decisão por parte dos investidores.

Apesar das baixas, a empresa manteve seu número de hotéis e os planos são de elevar ainda mais sua oferta. O Golden Gramado Resort Laghetto, empreendimento de multipropriedade, tem previsão de abertura para o dia 5 de agosto. O segundo se trata do Laghetto Stilo Vita, também no destino gaúcho. “Estamos em fase de testes e faltam alguns detalhes para começar a operação, como ajustes, documentação, etc”, explica Cáceres.

Para 2022, a rede tem em pipeline o Château du Golden e o Vita Belvedere, ambos também em Gramado. Em Canela (RS), o Laghetto Village chega para entrar para o portfólio de multipropriedade da empresa. “Existem também outros projetos a serem lançados e aprovados”, destaca o diretor.

Cáceres conta que a rede se surpreendeu com as demandas

Laghetto: Rio é destaque em ocupação

Apesar do destino gaúcho ser a estrela da rede, a praça que encerrou o primeiro semestre com maior ocupação foi o Rio de Janeiro. O Laghetto Stilo Barra Rio alcançou 45% no indicador, seguido por Gramado (37%).

Mas nem só de quartos ocupados vive a hotelaria, logo, a diária média mais alta da empresa segue com Gramado (R$ 325,48) contra R$ 311,49 na capital fluminense, que também é dona do maior RevPar (R$ 140,17).

“Tivemos um primeiro semestre impactado pela segunda onda. Começamos o ano com 50% de ocupação e vamos fechar o período com mais ou menos 50% do faturamento do primeiro semestre de 2019. Para a segunda metade do ano, acredito que vamos nos igualar a 2019 em termos de receita, pois julho tem alta demanda e as expectativas para o Natal Luz é grande”, destaca Cáceres.

O cenário para o público corporativo é outro, mas ainda sim otimista. O diretor prevê chegar a 70% do volume de receitas de 2019 nos próximos seis meses. “Porto Alegre e Rio Grande estão mais devagar pelo perfil de negócios. Já o Rio veio muito forte no início do ano até a chegada da segunda onda”, acrescenta.

Temporada de inverno

A alta temporada de inverno surpreendeu a todos. Primeiro, aos turistas que foram presenteados com neve em diversos destinos da Serra Gaúcha. Em segundo, a própria rede, que não esperava tantas reservas em 2021. “Foi uma surpresa. Estamos com uma ocupação muito boa tanto aos finais de semana quanto de segunda a quinta em Gramado e Canela. Estávamos mais pessimistas pelo abre e fecha das restrições”, diz o diretor.

Ele explica que a maior demanda ainda é regional, mas afirma que turistas do Centro-Oeste e Sudeste também estão retornando. “Para julho é difícil dizer como um todo, pois a maior parte das reservas está em Gramado, mas devemos fechar em 60% de ocupação, considerando empreendimentos de outras praças”.

Vendas e distribuição

Para a rede, o aumento nas vendas diretas também veio, principalmente para reservas de última hora – comportamento que vem se repetindo em muitas empresas do setor. Cáceres explica que com a disponibilidade de datas, clientes particulares passaram a comprar com maior proximidade.

“O particular tem essa característica, mas em 2022 acreditamos que tudo voltará ao normal. Este foi um movimento específico de retomada e início de vacinação. Nossa venda direta vem crescendo muito nos últimos anos e hoje é responsável por 15% da distribuição, reservados principalmente pelo público local que conhece a força da marca”, pontua o diretor.

(*) Crédito das imagens: Divulgação/Laghetto Hotéis