JW Marriott Rio: segurança, eventos e efeito Madonna
17 de julho de 2024Nos primeiros seis meses de 2024, o JW Marriott Rio viveu muitos anos em um semestre. Em uma verdadeira dicotomia entre primeiro e segundo trimestres, a propriedade de Copacabana viu fatores como segurança, eventos e o efeito Madonna afetarem seus indicadores de maneiras distintas.
Em entrevista à reportagem do Hotelier News, Carolina Mescolin, gerente geral do empreendimento de luxo da Marriott International, pontua que as notícias sobre a falta de segurança no Rio de Janeiro respingaram na demanda da alta temporada.
“No primeiro trimestre, nossa ocupação caiu 15,66% em relação ao mesmo período em 2023. As notícias de violência em Copacabana no final do ano passado não contribuíram, o que afetou o Réveillon e Carnaval”, lamenta a executiva.
Outro fator de peso foi a situação econômica da Argentina. Após a eleição de Javier Milei, em dezembro de 2023, o Rio viu sua demanda de hermanos minguar. “O Rio, de maneira geral, recebe muitos argentinos, o que não observamos este ano”, avalia a gerente.
De maneira contraditória, o segundo trimestre, tradicionalmente com um volume mais baixo de lazer, puxou para cima os indicadores do JW Marriott Rio. A ocupação foi 26,4% superior ao mesmo período de 2023, um dos resultados gerados pelo show da cantora Madonna, no dia 4 de maio, na praia de Copacabana.
“Em termos de receita, o segundo trimestre cresceu 19%. A apresentação da Madonna contribuiu muito, pois sempre que o Rio recebe grandes eventos esportivos ou de entretenimento, a demanda se altera. O turista vem para curtir o show, mas acaba estendendo alguns dias pelo lifestyle carioca”, continua Carolina.
Passada a ressaca da passagem da rainha do pop pelo Brasil, os meses de junho e julho seguiram despontando em volume de hóspedes. Para a gerente, as temperaturas mais elevadas no outono e inverno ajudaram a atrair turistas.
“É difícil explicar. Estou há 23 anos na hotelaria e nunca vi meses de junho e julho tão aquecidos. Parte dessa demanda é corporativa e cerca de 80% dos nossos hóspedes são estrangeiros”, diz a executiva.
O que vem adiante
Assim como outros empreendimentos, o JW Marriott Rio tem grandes expectativas para a segunda metade do ano. O Rock in Rio traz uma demanda natural para a cidade, mas de acordo com Carolina, a região da Barra da Tijuca sente mais os efeitos do festival.
Em novembro, o G20 movimentará a Zona Sul carioca, com expectativa de 100% de ocupação na propriedade da Marriott. “É um mês de corporativo forte, mas que de maneira atípica será impulsionado pelo evento. Com este efeito, acredito que parte do volume de clientes business será realocada para dezembro”, prevê a executiva.
Em fase de negociações com algumas delegações, o JW Marriott Rio espera um quarto trimestre de grandes resultados. Para o período do G20, a diária média deve subir entre 15% e 20% no comparativo anual. “Novembro de 2023 também foi um mês agitado, com final da Libertadores e shows da Taylor Swift”, relembra Carolina.
Um dos possíveis gargalos para o segundo semestre é o custo do aéreo, que fica encarecido pelo alto fluxo de turistas com destino à Cidade Maravilhosa. “Sabemos que existem muitas variáveis, como efeito do dólar, impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, etc”, avalia a gerente.
Questionada se o fator segurança foi superado, ela afirma que a passagem de Madonna pelo Rio ajudou a limpar a imagem da cidade. “Não foram registrados casos de violência na praia, o que trouxe uma melhora para o turismo, ainda mais se tratando de um evento de porte internacional. De qualquer forma, é um tema que precisa estar mais presente na hotelaria”.
(*) Crédito das fotos: Divulgação/Marriott International