Ao iniciar os trabalhos de conversão de um hotel, reflita sobre os seguintes pontos:

Como eu posso contribuir para aprimorar a gestão deste hotel?

O que motivou a troca da administradora?

Qual é a expectativa do investidor que nos contratou? O que ele valoriza em relação ao posicionamento do hotel, o patrimônio? A rentabilidade? etc.

Quais são as competências necessárias para realizar o trabalho que deve ser feito? Estão disponíveis? Foram identificadas na equipe atual? É necessário capacitá-la?

Devo contar com especialistas da indústria hoteleira ou de outros segmentos?

É possível ter o apoio da equipe do investidor, que atua em outros negócios? ou mesmo de alguns de seus fornecedores? Se houver esta possibilidade, certamente exigirá menor esforço para encontrar a solução, pois são profissionais ou empresas conhecidas e já avaliadas, trazendo economia e oportunidade para valorizar a equipe ou fortalecer a relação de parceria entre o investidor e os fornecedores.

Esta ou aquela atividade precisa realmente ser realizada pela equipe interna ou pode ser por equipe externa? Qual é a melhor opção?

Mas, de fato, o que é necessário fazer antes de abrir a sua caixa de ferramentas (coleção de experiências passadas)? É identificar as características do empreendimento, os problemas existentes, as oportunidades que não foram exploradas; com essas informações traçar uma estratégia para não somente solucionar os problemas – isso é a sua obrigação – e, sim, criar valor.

Outro ponto importante é a equipe, estabelecendo um relacionamento transparente e de confiança, ela fornecerá dados fundamentais sobre o negócio e ajudará você na análise SWOT – (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats – ou ainda em português forças, fraquezas, oportunidades e ameaças) segundo Philip Kotler – realizada também sob a ótica dos profissionais, que de fato, conhecem e vivenciaram a operação do hotel.

O caminho seguro para realizar esta atividade é estar aberto a ouvir, ouvir e ouvir, todas as lideranças, pessoas chaves, mas não somente elas. Você certamente conhecerá fontes ricas de informações, que talvez não sejam colhidas em reuniões formais.

Ao avaliar o ponto de vista destes profissionais, você terá maiores chances de elaborar um plano de ação cirúrgico que ao ser implementado, certamente, terá amplas chances da adesão da equipe e, se for o caso, ter que realizar alguma ação impopular com apoio na implementação.

Em quanto tempo você deverá realizar esta atividade? Resposta simples e direta: utilize o tempo que for necessário, nem mais, nem menos, o suficiente para entender o negócio, para planejar as ações, para estabelecer as prioridades, para identificar os recursos e, na próxima etapa, execute o plano de ação diligentemente.

E, finalmente, após colocar o empreendimento nos trilhos, respire fundo, sorria, adicione as novas experiências em sua caixa de ferramentas e vá em frente para o próximo desafio, sem esquecer, é claro, de acompanhar a equipe e manter todos na direção correta – e quando necessário fazer as correções de rota – rumo ao objetivo maior: ter uma equipe bem formada e atenta para agregar valor ao negócio, bom para todos, desde o investidor até o cliente final.

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Diretor Controladoria e Finanças na HotelCare, João Venâncio é contador, pós-graduado em Controladoria pela Fundação Armando Alvares Penteado e com MBA em Gestão Empresarial pela
Fundação Getúlio Vargas. Na hotelaria, há mais de 30 anos em cargos de liderança em sua área, formou o CSC – Centro de Serviços Compartilhados da Accor, tendo sob sua supervisão mais de 70 hotéis no sistema. Especialista em planejamento, normatização, implementação e supervisão de procedimentos, processos e ferramentas de gestão. Foi professor na Anhembi Morumbi e atualmente na Escola de negócios da Associação Comercial de Jundiaí.

(*) Crédito da foto: divulgação/João Venâncio