O levantamento divulgado hoje (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) encerrou abril em 1,06%. Ainda que tenha desacelerado na comparação mensal, com alta de 1,62% em março, a inflação oficial do país é a maior para o mês passado em 26 anos, desde 1996 (1,26%). Em abril de 2021 a variação havia sido de 0,31%.

Para este ano, o IPCA acumula alta de 4,29%, número superior à meta inicial do BC (Banco Central), de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. No entanto, em fevereiro, o BC já havia aumentado a projeção de inflação para 5,44% em 2022. Enquanto nos últimos 12 meses, a variação foi de 12,13%. Ambos os resultados estão acima do esperado por analistas ouvidos em pesquisa da agência de notícias Reuters, que estimaram inflação de 1% em abril e de 12,07% em 12 meses.

Alta nos preços

Como de costume, os principais impactos do mês vieram de alimentação e bebidas, que tiveram a maior variação (2,06%) e o maior impacto (0,43 ponto percentual) no IPCA, e dos transportes, com alta de 1,91% e impacto de 0,42 ponto percentual. Juntos, os grupos representam a maior parte (80%) da inflação de abril.

No grupo de alimentos, a alta foi puxada pelos preços dos itens para consumo em casa, comprados em supermercados, segundo André Almeida, analista da pesquisa do IBGE ouvido pelo UOL. Entre os aumentos, há destaque para o leite longa vida (alta de mais de 10%), a batata-inglesa (18,28%), o tomate (10,18%), o óleo de soja (8,24%), o pão francês (4,52%) e carnes (1,02%).

Quanto aos transportes, os combustíveis (3,2%) foram os principais fatores. Com destaque para a gasolina (2,48%) que mais pesa no índice. Ainda assim, os outros combustíveis também sofreram aumentos, como o etanol que subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74% e gás veicular, 0,24%. Já os preços das passagens aéreas, diferentemente do mês anterior que registrou queda, sofreram aumento de 9,48%.

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, o único que registrou recuo nos preços foi habitação (-1,14%). Isso aconteceu por conta da queda nos preços da energia elétrica (-6,27%), devido ao fim da bandeira tarifária de escassez hídrica. Ainda assim, foram registradas altas no gás de botijão (3,32%) e encanado (1,38%).

Recorte regional

Embora todas as regiões tenham apresentado variação positiva no mês de abril, há destaque para a região metropolitana do Rio de Janeiro, que registrou alta de 1,39%, por conta das altas dos produtos farmacêuticos (6,38%) e da gasolina (2,62%). Quanto a região que verificou a menor variação foi a metropolitana de Salvador, com 0,67%, devido a queda nos preços da gasolina (-3,9%) e da energia elétrica (-3,41%).

(*) Crédito da foto: Pixabay/Ikzmiranda