Ao final de outubro, a hotelaria paulista segue patinando, apontam dados do InFOHB. Produzido pelo FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), o estudo mostra que São Paulo teve a pior ocupação entre as grandes capitais brasileiras. Com 20,4%, o indicador reflete a falta que a demanda dos segmentos Mice e corporativo fazem para a cidade. Vale destacar que o relatório do FOHB leva em conta apenas a base de hotéis aberta.

Para efeito de comparação, o Rio de Janeiro fechou outubro com taxa de 31%, com o lazer provavelmente puxando o indicador com um feriado prolongado no período. Outras praças dependentes do hóspede de negócios também estão com patamares baixos de ocupação. São os casos de Belo Horizonte (25,5%), Curitiba (30,8%) e Porto Alegre (32,6%).

Embora a ocupação seja a mais baixa entre as principais capitais brasileiras, São Paulo segue com a maior diária média do país (R$ 247,06). Ainda assim, frente a igual período de 2019, o indicador registra queda de 24,6%. Com isso, e na mesma base de comparação, o RevPar médio dos hotéis da capital paulista apresentou a maior baixa do país (-78%), a R$ 50,54.

InFOHB: mais números

No acumulado de 2020, São Paulo também tem a pior média de ocupação entre as grandes capitais (23,5%). Frente igual período de 2019, o recuo observado é de 63,8%, maior decréscimo entre as cidades analisados pelo FOHB. Em relação à diária média, o cenário é parecido com a análise mensal: maior valor absoluto do país e queda na comparação anual, só que menor (-5%). Com isso, o RevPar médio da hotelaria paulistana tem o mais expressivo decréscimo do mercado brasileiro (-65,6%).

“O corporativo ainda não voltou na capital. A contrapartida é que, para o ano que vem, já identificamos uma demanda mais aquecida, muito em função dos eventos remarcados para o final do primeiro semestre e início do segundo”, contribui Ricardo Roman Jr., presidente da ABIH-SP. “Mice e negócios são o coração da demanda hoteleira em São Paulo. No entanto, em parceria com o SPCVB e Braztoa, estamos tentando formatar produtos de lazer para a venda da cidade, que tem múltiplos atrativos”, finaliza.

(*) Crédito da foto: Vinicius Medeiros/Hotelier News