Como abordado em outras matérias do Hotelier News, influenciadores digitais alteraram a comunicação das empresas com o público-alvo. Segundo pesquisa realizada pela ABBV (Associação Brasileira dos Blogueiros de Viagem), 92% das marcas do setor de turismo afirmam utilizar digital influencers como parte da estratégia de marketing.

A pesquisa foi realizada pouco antes da pandemia, o que pode significar que, atualmente, após a expansão das redes sociais durante a pandemia, sobretudo do TikTok, a presença dos influenciadores nas ações de marketing possa ter aumentado. Como exemplo disso, o Blue Tree Thermas Lins já ingressou na rede social chinesa, assim como a Meliá Hotéis.

Ao todo, 118 profissionais de marketing e turismo foram entrevistados no levantamento, com a seguinte divisão:

  • 33% representantes de órgãos de turismo.
  • 23% de hotelaria.
  • 22% de empresas prestadoras de serviços relacionados ao setor.
  • 12% de agências de viagens.

Ainda segundo a pesquisa, 109% dos entrevistados declararam ter realizado ações com blogueiros e influenciadores digitais em 2019. Outros 117 confirmaram ter interesse em fazê-lo oportunamente.

Ações e reações

Entre as ações mais comuns, que tiveram crescimento mais acentuado em relação à divulgação de releases, estão os programas de afiliados, caso da ICH, que aposta em embaixadores para suas marcas. Além desses, estão o apoio a eventos feitos por/para blogueiros e influenciadores, contratações de publieditoriais e organização de press trips.

O principal motivo para tal é justamente a divulgação do produto, serviço ou destino, por meio da opinião e experiências reais dos influenciadores, conferindo maior credibilidade para a tomada de decisão dos consumidores. Outra razão que se destaca é a maior precisão no alcance do público-alvo desejado.

“Acredito que o futuro do marketing e da publicidade está muito atrelado a blogueiros e influenciadores, já que consumidores tendem a confiar muito mais em suas opiniões, o que é super positivo.” afirma Marcella Pasquarelli, Online Affiliate Manager da WePlann. “Empoderar pessoas reais para falarem de suas experiências pode ser muito mais eficaz do que simplesmente fazer publicidade para a sua marca”, complementa.

Multiplataformas e seleção de influenciadores

A maior parte dos entrevistados (74%) apontou que trabalha com, no mínimo, três plataformas de conteúdo diferentes para suas estratégias de marketing. Entre elas, o Instagram – adaptado para práticas de influencer marketing – está entre as prioridades de 76% das instituições. Conteúdos de blogs e sites são prioritários para 61% das marcas, posto que dispõe de maior duração, aparecem em buscadores e são distribuídos em diversas redes sociais.

Quanto à metodologia de seleção dos influenciadores, busca e análise manual é a que se destaca, com 38%, feita a partir de avaliações qualitativas e métricas de engajamento. Outros 13% dos profissionais declararam utilizar ferramentas de mapeamento e análise, enquanto apenas 5% contratam agências de influencer marketing.

Além disso, é comum que os próprios influenciadores busquem parcerias com as empresas, como apontaram 23% dos entrevistados. Além disso, dado que agências tendem a trabalhar com múltiplos clientes, 21% dos participantes relataram que é frequente a troca de indicações entre os profissionais de marketing.

(*) Crédito da foto: antonbe/Pixabay