A inflação segue como uma das principais pedras no sapato da economia brasileira. Segundo divulgado hoje (11), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o indicador, medido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), acelerou para 1,01% em fevereiro. A taxa é superior às observadas em janeiro deste ano (0,54%) e em fevereiro de 2021 (0,86%). Este é o maior resultado para o mês desde 2015 (1,22%).

O indicador veio acima das expectativas do mercado financeiro, visto que analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam 0,95%. Com o resultado, o IPCA acumula taxa de inflação de 1,56% nos dois primeiros meses de 2022 e chega a 10,54% em 12 meses. Até janeiro, o avanço era de 10,38%.

Os dois dígitos da taxa estão distantes da meta do BC (Banco Central), que tem como centro da medida de referência este ano de 3,50%, com teto de 5%. Para analistas, a inflação deve estourar a meta em 2022. Se as projeções forem confirmadas, este será o segundo ano de descumprimento.

Alimentação e bebidas em alta

No mês passado, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram alta de preços. O destaque vai para a educação, com aumento de 5,61%. Impactando fortemente a população em geral e também o setor hoteleiro, o setor de alimentação e bebidas acelerou para 1,28%. Juntos, os dois grupos representam cerca de 57% da inflação de fevereiro. O resultado indica que hotéis precisarão continuar atentos, pois este parece ser um problema longe de acabar.

“O grupo de fontes de energia e impactos de excessos de chuva também prejudicam a produção em diversas regiões de cultivo no Brasil. Destacam-se, em particular, os aumentos nos preços da batata-inglesa (23,49%) e da cenouras (55,41%)”, disse Pedro Kislanov, gerente de pesquisa do IPCA.

Todos os locais pesquisados tiveram alta de preços, sendo a maior taxa registrada em São Luís (1,35%) e a menor na região metropolitana de Porto Alegre.

Confira a inflação de fevereiro para os setores analisados:

  • Alimentação e bebidas: 1,28%
  • Habitação: 0,54%
  • Artigos de residência: 1,76%
  • Vestuário: 0,88%
  • Transportes: 0,46%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,47%
  • Despesas pessoais: 0,64%
  • Educação: 5,61%
  • Comunicação: 0,29%

(*) Crédito da foto: joaogbjunior/Pixabay