De acordo com levantamento divulgado hoje (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego no Brasil ficou estável em 11,1% no primeiro trimestre de 2022. O indicador permaneceu exatamente igual ao registrado último trimestre de 2021. O resultado veio levemente abaixo do previsto pelo mercado financeiro para o período, de 11,4%. Já a renda média de quem seguiu trabalhando voltou a crescer no período, avançando 1,5% em relação ao trimestre anterior. Por outro lado, na comparação anual houve queda de 8,7%, aponta a Folha de S. Paulo.

Os dados do Instituto apontam ainda, que o número de desempregados nos três primeiros meses deste ano foi de 11,9 milhões. No quarto trimestre de 2021, o contingente de pessoas fora do mercado de trabalho era de 12 milhões. A população ocupada, por sua vez, foi estimada em 95,3 milhões, caindo 0,5% frente ao trimestre anterior. O percentual significa 472 mil pessoas a menos no mercado.

Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, a estabilidade na taxa de desocupação é explicada pelo fato de não haver crescimento na busca por trabalho no trimestre. Ela aponta ainda que o cenário é diferente do observado nos outros trimestres encerrados em março, que normalmente registravam aumento da procura por trabalho, devido à sazonalidade.

“Se olharmos a desocupação em retrospecto, pela série histórica da pesquisa, podemos notar que, no primeiro trimestre, essa população costuma aumentar devido aos desligamentos que acontecem no início do ano. O trimestre encerrado em março se diferiu desses padrões”, pontua.

Outros indicadores

Pelas estatísticas oficiais da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), a população desempregada reúne quem não tem trabalho e segue à procura de novas vagas. No começo do ano passado, o indicador atingiu 15 milhões, devido aos efeitos da crise sanitária.

Com o relaxamento das restrições e reabertura da economia, houve retorno gradual ao trabalho, e o desemprego passou a ceder. O resultado estável no primeiro trimestre, segundo a pesquisa, é resultado da alta da inflação e criação de empregos com salários consideravelmente mais baixos.

Economistas apontam que a recuperação mais consistente do emprego e renda depende do crescimento da atividade econômica como um todo.

(*) Crédito da foto: voltamax/Pixabay