De acordo com levantamento recente da IATA (International Air Transport Association), a demanda de viagens aéreas registrou forte recuperação em fevereiro. De acordo com a associação, o resultado é creditado ao baixo impacto da variante Ômicron fora da Ásia e à pouca influência da guerra da Ucrânia nos níveis de tráfego aéreo. Segundo o estudo, a demanda total de viagens avançou 115,9% frente a fevereiro de 2021. O resultado foi mais expressivo do que na comparação com janeiro do ano passado, quando o aumento registrado foi de 83,1%.

Por outro lado, o indicador ainda permaneceu 45,5% abaixo dos níveis observados em 2019, ano pré-pandemia. O tráfego doméstico, por sua vez, aumentou 60,7% em comparação com o mesmo período do ano anterior, ficando acima dos 42,6% observados em relação a janeiro de 2021. Frente a fevereiro de 2019, o resultado também permaneceu abaixo – ficando 21,8% inferior ao período.

“A recuperação das viagens aéreas está ganhando força à medida que governos de várias regiões do mundo eliminam as restrições de viagens. Os estados que persistem em adotar bloqueios devido à Covid-19, em vez de gerenciá-la, como fazemos com outras doenças, correm o risco de perder benefícios econômicos e sociais que trarão a restauração da conectividade internacional”, afirma Willie Walsh, diretor geral da IATA.

O crescimento, que já representa melhora exponencial em relação a janeiro – quando houve desaceleração devido à Ômicron – ajuda a alavancar a recuperação da demanda de passageiros, se aproximando dos níveis de 2019.

IATA: resultados regionais

Na Europa, as companhias aéreas registraram aumento de 380,6% no tráfego de passageiros em comparação a fevereiro do ano passado, resultado superior aos 224,3% observados na base comparativa janeiro de 2022 versus janeiro de 2021. A capacidade, por sua vez, subiu 174,8% e a ocupação avançou 30,3 pontos, chegando a 70,9%.

Já na Ásia, na mesma base comparativa, o avanço observado foi de 144,4%, também acima do apontado na comparação entre os meses de janeiro de 2021 e 2022. A capacidade aumentou 60,8% e a taxa de ocupação avançou 16,1 pontos percentuais, alcançando 47,0%, o menor resultado entre as regiões.

O Oriente Médio observou crescimento de 215,3% em fevereiro, na comparação ano a ano. A capacidade também teve aumento expressivo, crescendo 89,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A ocupação avançou 25,8 pontos, chegando a 64,7%.

Na América do Norte, o tráfego cresceu 236,7% em relação a fevereiro de 2021. A capacidade aumentou 91,7% e a taxa de ocupação cresceu 27,4 pontos, alcançando 63,6%.

O crescimento na América Latina foi o segundo mais expressivo entre as regiões, avançando 242,7% em fevereiro, frente ao mesmo período do ano anterior. O aumento da capacidade foi de 146,3% e a ocupação cresceu 21,7 pontos, totalizando 77,0%, a maior ocupação entre as regiões pelo 17º mês consecutivo.

Por fim, a África observou crescimento de 69,5% na demanda por viagens internacionais em fevereiro. A capacidade aumentou 34,7% no período, e a taxa de ocupação subiu 12,9 pontos percentuais, atingindo 63,0%.

Tráfego doméstico

No Brasil, a demanda doméstica subiu 32,5% em fevereiro. O resultado, porém, representa desaceleração em relação ao mês anterior, quando o avanço foi de 35,5%. Já nos EUA, o aumento foi de 112,5%, ficando acima dos 98,4% registrados em janeiro.

“Com o aumento do ritmo da tão esperada recuperação das viagens aéreas, é importante que nossos provedores de serviços de infraestrutura estejam preparados para um grande aumento do número de passageiros nos próximos meses. Já vemos relatos de longas filas em alguns aeroportos. Além disso, a alta temporada de viagens de verão no hemisfério norte será fundamental para os empregos de toda a cadeia de viagens e turismo”, finaliza Walsh.

(*) Crédito da foto: 652234/Pixabay