Com as viagens internacionais ainda limitadas e muitos países ainda realizando lockdowns e outras medidas de isolamento social, não é só a hotelaria que sofre. O setor aéreo também segue em dificuldades, com malha aérea enxuta e vendas ainda bem abaixo de 2019. Neste cenário, a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo, na sigla em inglês) projeta recuperação lenta para o mercado global, com volta aos padrões pré-pandemia apenas em 2023.

Ainda assim, a entidade sinalizou que há demanda reprimida por viagens, o que tende a elevar a demanda por voos já no próximo semestre. A Iata projeta que o número de passageiros do setor (origem-destino) este ano atinja 52% do registrado em 2019. No ano seguinte, a estimativa é que o total de passageiros siga abaixo dos padrões pré-pandemia, representando 88% do registado antes da crise. A recuperação total deve acontecer em 2023, quando a associação projeta crescimento de 5% na comparação com 2019, superando 4 bilhões de usuários transportados.

Economista-chefe da Iata, Brian Pearce vê indícios de que a retomada será firme depois que as restrições ao tráfego aéreo começarem a cair. Ele aponta que, com o avanço da vacinação, não haveria motivos para projetar uma demora muito longa para a retomada da malha internacional e doméstica.

Segundo ele, isso já tem acontecido em países com imunização acelerada, casos de Alemanha, França e Austrália, onde o índice de vacinados deverá representar mais de 75% da população até outubro. Para países emergentes, caso do Brasil, ele acredita que igual percentual só deverá ser atingido em fevereiro de 2022.

Iata, Abear e o cenário Brasil

No Brasil, após três meses de quedas consecutivas, a malha aérea doméstica voltou a dar sinais de recuperação. Dados da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) apontam que, em maio, houve média de 1.046 partidas diárias, o equivalente a 43,4% da oferta de voos na primeira semana de março de 2020.

Apesar do crescimento neste mês, ainda é cedo para projetar quando o setor retomará os níveis pré-pandemia. Presidente da Abear, Eduardo Sanovicz disse, em entrevista ao Hotelier News, que se o Brasil chegar a um número superior a 40 milhões de vacinados por mês, pode ser que até o fim de 2021 mais de 70% da oferta regular esteja em atividade.

(*) Crédito da foto: Skitterphoto/Pixabay