De acordo com levantamento divulgado recentemente pela IATA (International Air Transport Association), a recuperação das viagens aéreas desacelerou no início de 2022. A baixa foi observada tanto nos voos domésticos quanto nos internacionais, devido às restrições impostas pelo surgimento da variante Ômicron, em novembro do ano passado. Segundo os dados da associação, a baixa observada foi de 4,9% em relação a dezembro. O impacto já era previsto pela associação, que apontou que o cenário de instabilidade poderia afetar a retomada.

A demanda total de viagens aéreas, por sua vez, avançou 82,3% em janeiro, frente ao mesmo período do ano passado. Na mesma base comparativa, as viagens aéreas domésticas aumentaram 41,5%, mas retraíram 7,2% na comparação com dezembro de 2021.

“A recuperação das viagens aéreas continuou em janeiro, apesar do ritmo menor, causado pela variante Ômicron. O fortalecimento dos controles de fronteira não impediu a disseminação da variante. E nos lugares com forte imunização da população, os sistemas de saúde pública estão sobrecarregados”, explica Willie Walsh, diretor geral da IATA.

“Muitos governos estão ajustando as políticas da Covid-19 para que se alinhem às de outros vírus endêmicos. Isso inclui o relaxamento das restrições de viagem que causaram um impacto devastador na vida, economia e liberdade de viajar”, completa.

IATA: resultados regionais

Na Europa, houve aumento de 225,1% na demanda internacional em relação a janeiro de 2021. O resultado está ligeiramente acima dos 223,3% observados em dezembro do ano passado, frente ao mesmo período de 2020. A capacidade aumentou 129,9% e a ocupação subiu 19,4 pontos percentuais, alcançando 66,4%.

Na região da Ásia-Pacífico, o crescimento observado no tráfego internacional foi de 124,4% na mesma base comparativa. O índice mostra queda significativa em relação aos 138,5% alcançados em dezembro de 2021. A capacidade, por sua vez, cresceu 54,4%, enquanto a taxa de ocupação avançou 14,7 pontos percentuais, chegando a 47,0%, o menor índice entre as regiões.

No Oriente Médio, a demanda cresceu 145,0%, muito abaixo do aumento de 178,2% registrado no último mês de 2021. A capacidade subiu 71,7% em relação ao mesmo período do ano anterior e a ocupação atingiu 58,6%, alta de 17,5 pontos percentuais.

Na América Latina, a alta foi significativa. Em janeiro, a demanda cresceu 157,0%, ficando acima do incremento de 150,8% observado em dezembro. No primeiro mês de 2022, a capacidade cresceu 91,2% e a taxa de ocupação aumentou 19,4 pontos percentuais, atingindo 75,7%, o maior resultado entre as regiões pelo 16º mês consecutivo.

Na América do Norte, o avanço observado no tráfego internacional foi de 148,8%. O resultado representa a maior queda entre os continentes, visto que em dezembro do ano passado, o crescimento registrado era de 185,4%. No continente, a capacidade subiu 78,0%, e a taxa de ocupação atingiu 59,9%.

Por fim, a África apresentou o menor crescimento em janeiro. O percentual observado foi de 17,9% em relação a janeiro de 2020. O resultado, porém, representa desaceleração frente a dezembro, que teve aumento de 26,3%. A capacidade subiu 6,3% no período e a taxa de ocupação ficou em 60,5%, subindo 6,0 pontos percentuais.

Apesar do forte crescimento do tráfego registrado em 2022 em comparação ao ano passado, a demanda de passageiros permanece abaixo dos níveis pré-pandemia. O indicador apresentou retração de 49,6% frente a 2019, com queda de 62,4% no tráfego internacional e 26,5% no doméstico.

(*) Crédito da foto: Skitterphoto/Pixabay