No cenário de retomada das atividades turísticas no mundo, proporcionada pelo aumento da vacinação contra a Covid-19, a hotelaria busca oportunidades para se recuperar dos prejuízos. No primeiro semestre de 2021, a JLL apontou aporte hoteleiro de US$ 30 bilhões em investimentos.  Neste sentido, o lobby dos empreendimentos aparece como um fator fundamental neste processo, pois contribui para fidelizar o cliente e garantir boas avaliações.

Com o crescimento da tendência chamada de “viagem de vingança” – aquela que compensa o tempo perdido devido às restrições – os hotéis têm pensado em detalhes para atrair os hóspedes e garantir destaque frente à concorrência.

De acordo com Sharon Grob, diretora de Desenvolvimento de Clientes da Emea Hotels, subsidiária da JLL, repensar o lobby na retomada do turismo e hotelaria tem importância vital porque é a primeira coisa que os visitantes encontram quando adentram em um hotel.

“Não é mais apenas um espaço transacional. Para atrair a próxima geração de viajantes, o lobby precisa ser relaxante e acolhedor, mas ao mesmo tempo proporcionar uma boa experiência. As pessoas precisam saber que podem relaxar nesse espaço, mas isso precisa servir a uma infinidade de propósitos e, quando bem feito, gera fluxos de receita fortes e consistentes para os proprietários e operadores”, explica.

Pedro Freire, diretor de Valuation and Advisory Services da JLL, complementa o raciocínio de Sharon e pontua que o cuidado com o espaço pode ajudar a incrementar exponencialmente a receita durante a retomada das atividades da hotelaria.

“Os hotéis que conseguem tornar o lobby um espaço atrativo, integrado, com instalações e decoração que convidem os hóspedes a usufruírem de seu espaço e promovam socialização estimulam um maior consumo de seus pontos de venda, como bares e restaurantes”, pontuou o executivo, ressaltando que é essencial pensar o design do lobby em consonância com o perfil e as necessidades do público.

Hotelaria: lobby adequado ao perfil do público

Sharon destaca que a estética dos lobbies possui papel fundamental para a qualificação de determinado destino turístico. Um bom design, segundo ela, incentiva os clientes a divulgar a propriedade, o que é muito positivo em tempos de mídias sociais.

“As pessoas que visitam seu hotel podem ser ou não os maiores embaixadores da marca. Se você tem uma característica que eles não podem encontrar em outro lugar, uma vista fantástica, você já ganhou”, pontuou a executiva.

Para Alessandra Arnone, diretora da Tétris, empresa da JLL, os viajantes do Brasil já aderiram à tendência. “Os brasileiros adoram os espaços ‘instagramáveis’ ou o registro de um ícone que represente ou caracterize a propriedade onde eles se hospedam, da vista a uma peça do mobiliário”, explicou.

Nos hotéis de negócios, por exemplo, as pessoas que fazem check-in passam boa parte do tempo transitando entre aeroportos, seus quartos e reuniões diversas e, por isso, precisam de soluções rápidas e eficientes.

“Os hotéis de negócios devem ser consistentes e confortáveis acima de tudo. O turista tradicional de negócios tem pouco tempo para encontrar seu caminho em torno de um novo sistema. Tudo deve ser pensado, incluindo áreas discretas nos lobbies para a realização de reuniões”, ressaltou Sharon.

Já nos empreendimentos de luxo, Sharon destaca que um senso de grandeza é fundamental quando se pensa em um lobby para um hotel com este perfil. “Todos os móveis precisam ser de alta qualidade, com execução e ajustes imaculados. É aqui que normalmente vemos mármores raros, madeiras exóticas e outros acabamentos de alto valor. As pessoas estão investindo muito para estar lá e por isso esperam um serviço de alta qualidade e que o hotel supere as suas expectativas”, disse.

As propriedades de baixo custo, por sua vez, também podem ter um lobby extremamente atrativo e convidativo para os viajantes. “Normalmente, os quartos nestes hotéis são pequenos e básicos, e por isso o lobby pode ser um grande diferencial, pois proporciona que os turistas conheçam outros viajantes, saiam, relaxem a descubram seus planos para o dia”, explicou Sharon.

Por isso, ela explica que o mobiliário deve ser flexível para diferentes necessidades, tanto para trabalho quanto para descanso ou até áreas mais comuns, com bancos que podem servir como lugares para comer e beber.

“Os viajantes com baixo orçamento sabem o que estão pagando e recebendo, mas sempre é possível adaptar o hotel para que ele deixe uma impressão duradoura e positiva, e isso começa com o lobby, que é o centro e o coração de qualquer hotel”, finalizou a executiva.

(*) Crédito da foto: Divulgação/JLL