Após adiamentos por conta da Covid-19, a 9ª edição do Lollapalooza Brasil finalmente será realizada de 25 a 27 de março, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Mais do que levar a loucura fãs dos artistas participantes, o festival sempre movimenta a economia paulista ao atrair milhares de turistas para a cidade. Agora, diante dos efeitos ainda persistentes (mesmo que menores) da pandemia, o que OTAs e redes hoteleiras esperam do mega evento musical?

Em edições anteriores do festival, turistas representavam metade do público, informa estudo do Observatório de Turismo e Eventos da SP Turis referente à edição de 2019. Com isso, cerca de R$ 100 milhões em gastos com hospedagem, alimentação e lazer eram injetados na economia da capital paulista. Ainda assim, para Gustavo Pires, presidente da SPTuris, o momento ainda pede cautela diante dos efeitos da pandemia, apesar do otimismo.

“Tivemos uma ótima experiência no fim do ano passado, também no Autódromo, com o Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1, realizado em novembro de 2021″, comenta Pires. “Agora, o festival Lollapalooza será mais um bom exemplo de que podemos retomar os eventos com os cuidados necessários para preservar a saúde de todos, gerando negócios e trazendo turistas à capital paulista”, acrescenta.


Mais números da pesquisa sobre o impacto do Lollapalooza:Lollapalooza - demanda hoteleira_line-up

      • Gasto médio dos turistas: R$ 1.659,00
      • Permanência média: 2,3 dias

Hospedagem:

      • Hotel ou flat: 32,2%
      • Casa de amigos e parentes: 22,9%
      • Hostels: 3,1%
      • “Bate-volta”: 38,3%

Meios de transporte:

      • Avião: 42,6%
      • Carro: 24,4%
      • Ônibus fretado: 18,9%

Visão da hotelaria

Para 2022, Lia Coutinho, head Comercial da Hurb, relata que a expectativa também é alta. “Estamos com um pico bem grande de buscas. Além disso, quanto mais próximo do festival, maior a demanda”, observa a executiva, recém-integrada ao time Comercial da Hurb. “Desde o início da pandemia, houve diminuição de procura e ocupação em São Paulo. Portanto, esperamos que o evento ajude a cidade a ficar em ascensão novamente”, completa.

Os hotéis do ICH em São Paulo, por sua vez, já registram ocupação de 80%, com previsão de alcançar 100% no final de semana do festival. “Será o primeiro grande festival de música desde 2019 e a demanda está bastante aquecida. Acredito que isso vai se repetir para todos os eventos de lazer”, celebra Diego Lando, que desde 2018 é gerente Nacional de Vendas e Distribuição da operadora gaúcha.

Por conta do reprimido desejo por viagens e shows, ambas as empresas apontaram diferentes estados do Brasil como os principais mercados emissores. Ainda assim, Rio de Janeiro, Minas Gerais e interior paulista puxam a demanda por hospedagem para o festival. Os próprios paulistas também são responsáveis por parte da procura, enquanto que a demanda internacional, no entanto, é insignificante.

Estratégias

Lollapalooza - demanda hoteleira_Lia Coutinho

Lia: reforço no marketing digital para vender mais

Lia Coutinho conta que para atender à demanda, além de divulgar hotéis com disponibilidade, também estão criando pacotes promocionais para o final de semana. Em paralelo, a OTA brasileira reforça a divulgação nas redes sociais. “O Lollapalooza tem um perfil mais jovem. Portanto, nossa maior estratégia para atingir ao público é por Facebook e Instagram ads.”

“Logo, vamos incluir uma página exclusiva sobre o evento na plataforma, com todas as ofertas, não só de hotéis disponíveis, mas também de pacotes de diárias, sem aéreo, mas com valores bem mais acessíveis”, complementa Lia.

Entre as estratégias e expectativas do ICH, há destaque para o departamento de A&B (Alimentos & Bebidas). “A receita extra com o A&B nos períodos de eventos como este são fundamentais. Nossas unidades colocam à disposição do cliente kits do bar para um ‘esquenta’. Além disso, sempre temos o serviço de buffet da madrugada, para um lanchinho após o show”, finaliza Lando.

(*) Crédito da capa: Marcelo Iha/SPTuris

(**) Crédito da foto: Divulgação/Hurb