Ontem (10) foi aberto o ciclo de audiências públicas no Senado Federal para debater os impactos da pandemia no turismo. O encontro foi promovido pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, presidida pelo senador Fernando Collor. A ocasião contou com a presença de Gilson Machado Neto, ministro do Turismo, e teve como principal foco o plano de ação para o setor nos próximos dois anos, além da participação de entidades hoteleiras.

“O turismo de natureza é a tendência em todo mundo e o Brasil tem uma enorme vocação nesse segmento, com diversas atrações como o Pantanal, a Amazônia, a Caatinga, o Serrado, a Mata Atlântica, os Pampas, enfim, com tantas opções, o mercado de turismo vai ser o grande motor do desenvolvimento do país no período pós pandemia”, afirmou ministro.

Manoel Linhares, presidente da ABIH-Nacional (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), ressaltou a necessidade da aprovação da Lei Geral do Turismo, já para ser votada no Senado, e do Ministério da Economia tratar de medidas para a retomada do setor e a geração de empregos. Para isso, Linhares destacou a necessidade de medidas de criação de um regime tributário diferenciado e desoneração de impostos, em especial, PIS e Cofins, de modo a favorecer a geração de empregos.

“O turismo gera indiretamente cerca de 7 milhões de empregos no país em diversos setores, sendo 2,9 milhões diretos e tem um impacto de 550 bilhões no PIB brasileiro. O setor portanto é um grande gerador de empregos e renda e pode ser um dos principais vetores da retomada da economia, já que é uma atividade que se espalha por todo o país, desde grandes cidades aos pequenos destinos, onde muitas vezes é a principal atividade econômica. Também precisamos com urgência aprovar no Senado a Lei Geral do Turismo”, afirmou Linhares.

Senado: demandas do setor

Para o presidente da ABIH-AL, Milton Vasconcelos, os números mostram a necessidade de apoio ao setor. “Todos os segmentos do turismo foram afetados, com alguns registrando queda de até 100% nas suas atividades. O setor de eventos, por exemplo, importantíssimo para o turismo, teve uma redução de 95%. Os meios de hospedagem viram seu faturamento em média cair 80% desde março de 2020, obrigando-os a fazer ajustes que resultaram na demissão de 32% dos seus colaboradores”, disse.

Ana Biselli Aidar, presidente executiva da Resorts Brasil, por sua vez, demonstrou a importância e o impacto do Turismo em outros setores da economia, apresentando a relevância do segmento em faturamento (27,1 bilhões/2019), empregos gerados (+ de 358.000 diretos) e impostos arrecadados (3,2 bilhões, pré pandemia). “O turismo movimenta mais de 571 setores. Cada 1 milhão de demanda por hospedagem gera 24,6 empregos e injeta 3,3 milhões na economia, incrementando em R$ 1,3 milhão no PIB nacional”, explicou a executiva.

Orlando de Souza, diretor executivo do FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), reforçou a necessidade da aprovação de medidas de alívio fiscal e seriedade com medidas que tratem da reforma tributária e melhora no ambiente de negócios. “Há várias ações que precisam ser implementadas. A curto prazo, a necessidade é sobreviver e dar início à recuperação. Em seguida, precisamos melhorar o ambiente de negócios no setor, diminuindo o custo Brasil para que as empresas possam ter algum alívio nas despesas e assim retomar suas atividades”, explicou.

Por fim, foi lançada a campanha “Todo o Brasil é Turismo”, convidando os senadores presentes a se engajarem a aprovar medidas que transformem o turismo em política de Estado e indutora do desenvolvimento nacional e regional.

(*) Crédito da capa: Governo do Distrito Federal

(**) Crédito da foto: Divulgação