Hotel Trends Orçamentos 2025 traça forecast para o próximo ano
2 de setembro de 2024Para garantir um planejamento orçamentário eficaz para 2025, é fundamental entender os desvios de receita e os principais obstáculos que impactam o setor hoteleiro. Essa análise deve ser feita de maneira dinâmica, utilizando o orçamento como uma ferramenta ativa de prospecção, e não apenas um documento estático. No Hotel Trends Orçamentos 2025, a terceira palestra tratou das possibilidades que devem ser consideradas no budget de 2025.
“Entender o nível de desvio e os outros obstáculos é fundamental para o planejamento orçamentário”, afirmou Eduardo Martin, sócio da Noctua Advisory e mediador da palestra Forecast Accuracy: planejando o volume e a receita para 2025. O bate-papo também contou com as participações de Daniel Feitosa, head de RM da Climber, e Patrícia Zulato, country manager da STR para o Brasil. Feitosa reforçou que o orçamento não deve ser visto como um processo estático e burocrático, mas sim como uma ferramenta estratégica para análises e prospecções ativas.
Patrícia, por sua vez, destacou que fatores como demanda, precificação por segmento e tendências históricas são essenciais para a elaboração do orçamento anual. De acordo com pesquisas da STR, apesar de uma leve desaceleração, a recuperação global da ocupação estável é positiva. No Brasil, o destaque é a resiliência da demanda interna, que contribui para resultados otimistas pós-pandemia.
Ao comparar com 2019, observa-se uma recuperação das viagens corporativas, com ocupação corporativa superando o lazer em alguns casos. No Rio de Janeiro e Curitiba, a demanda já supera os níveis pré-pandêmicos. A capital paranaense tem se destacado também em termos de diária média entre as principais praças.
Em relação aos resorts, a palestra do Hotel Trends Orçamentos 2025 mostrou que os destinos de praia continuam populares no verão, embora tenha havido uma leve desaceleração na alta temporada. A modalidade all inclusive mantém ocupação acima de 70%, com foco nos empreendimentos localizados no Nordeste.
Entendendo as demandas operacionais
Ricardo Souza, team leader Latam da Lighthouse, trouxe dados relevantes sobre o setor de eventos, destacando uma possível queda no número de eventos em São Paulo nos últimos meses de 2024. Ele enfatizou a importância do MICE no planejamento orçamentário de 2025, ressaltando que, apesar de uma estabilidade na demanda corporativa, há um potencial positivo a ser explorado.
No Rio de Janeiro, o calendário de eventos em outubro e novembro não tem sido tão impactante, mesmo com o Rock in Rio em setembro. Em Curitiba, o cenário é mais promissor, com uma crescente demanda de visitantes que planejam suas viagens com antecedência. Brasília também apresentou bons resultados após o Carnaval de 2024, embora a manutenção dessa demanda ainda seja um desafio.
Diante do crescimento do RevPar, de 4% a 7%, e do aumento de preços em consequência da demanda mais elástica, é crucial transformar informações em estratégias lucrativas. A demanda permanece estável em várias regiões do Brasil, e alguns mercados mostram maturidade e resiliência em termos de precificação. “Orçamentos são outputs, não inputs“, concluiu Souza, reforçando a importância de uma abordagem estratégica na elaboração dos orçamentos para o próximo ano.
(*) Crédito das fotos: Bruno Churuska/Hotelier News