Parques temáticos - tarifa zero_capaÉ raro equipamentos terem similare de qualidade no país

Esta semana, o governo federal concedeu novo incentivo fiscal ao segmento de parques temáticos. Em medida publicada na edição de segunda-feira (10) do Diário Oficial da União, foi autorizada a importação de equipamentos com tarifa zero. A resolução será válida para compras, sem similares nacionais, até o final de 2020.

A medida está inserida na Resolução nº 98 da Câmara de Comércio Exterior (Camex). Até sua oficialização, o setor de parques temáticos contava com isenções temporárias, que zeravam a tarifa por períodos pré-determinados de até oito meses. A decisão, portanto, atende à reivindicação antiga do setor que, em articulação com o MTur (Ministério do Turismo), buscava a isenção permanente.

“Esta decisão é mais um reconhecimento do governo do papel do setor do turismo como atividade que precisa de incentivos para gerar mais empregos e oportunidades de negócios”, avalia o ministro do Turismo, Vinicius Lummertz. Nomeado semana passada secretário estadual de Turismo de São Paulo, Lummertz assume a nova função em 1º de janeiro de 2019.  

Parques temáticos: projeções

Estudo do Sindepat (Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas) aponta que a resolução trará benefícios claros no médio prazo. Segundo o levantamento, a isenção permanente deve gerar investimentos de R$ 1,9 bilhão e geração de 56 mil postos de trabalho nos próximos cinco anos.

Parques temáticos - Wellington EstruquelEstruquel: impostos podiam dobrar valor do investimento

“Com a resolução da Camex teremos um novo período de investimentos e crescimento do nosso setor. Os empresários podem aproveitar esta janela e contribuir para o incremento do turismo em suas regiões”, afirma Murilo Pascoal, diretor geral do Beach Park e presidente do Sindepat. 

Alain Baldacci, do Wet´n Wild, revela que, hoje, existem 23 pedidos de isenção em análise, número que poderá subir para 100. “Em dois anos temos tempo suficiente para planejar a abertura de novas unidades, a revitalização e a expansão dos parques em operação, com aquisição de novas atrações”, reforça.

Wellington Estruquel, CEO da Mabu Hotels & Resorts, faz coro à análise de Baldacci. “Estamos falando de equipamentos caros, adquiridos em dólar. Então, só na conversão do câmbio já existe um custo elevado. Este valor praticamente é duplicado em função da taxa de importação, o que encarece ainda mais a transação”, explica Estruquel.

Este mês, a Mabu coloca em operação este mês o Blue Park, projeto de R$ 60 milhões, em Foz do Iguaçu (PR). Para o parque aquático, a rede paranaense comprou os equipamentos com a empresa canadense WhiteWater. O executivo destacou ainda que a resolução vai de encontro a uma particularidade do segmento. 

“Nosso mercado faz lançamentos de atrações a cada dois ou três anos para manter o público sempre cativado. Então, tenho convicção que a importação com tarifa zero estimulará a ampliação e renovação dos equipamentos aquáticos”, finaliza.

(*) Crédito da capa: jarmoluk/Pixabay

(**) Crédito da foto: Mariamichelle/Pixabay

(***) Crédito da foto: Vinicius Medeiros/Hotelier News