Com o relaxamento das medidas restritivas contra a Covid-19, o interesse do consumidor em voltar a viajar tem crescido consideravelmente, segundo o Google. O buscador afirma que houve aumento nas consultas globais por por viagens no ano passado. Mas como fazer com que este aumento seja convertido em reservas?

Por exemplo, as pesquisas por “países mais baratos para visitar” aumentaram 7.000% entre 22 de fevereiro e 22 de abril deste ano, frente ao mesmo período de 2021. De 28 de dezembro de 2021 a 25 de fevereiro de 2022, as buscas por “requisitos de entrada” aumentaram 600% e as consultas por “reservar um voo” cresceram 70% no período, aponta o Phocuswire.

No relatório de ganhos do segundo trimestre, publicado na semana passada pela Alphabet, Philipp Schindler, vice-presidente sênior e diretor de Negócios do Google, disse que as buscas por lugares para visitar no verão dobraram. Além disso, ele afirma que a procura de última hora por hotéis avançou 50%.

Para o Google, esse aumento nas pesquisas se traduz em receita, que aumentou 14% no segundo trimestre, atingindo US$ 40,7 bilhões. De acordo com Ruth Porat, CFO da Alphabet, o crescimento foi impulsionado por viagens e varejo.

Como transformar o interesse em reservas?

Para parceiros do Google, como hotéis e companhias aéreas, o aumento das buscas é um sinal positivo. Por outro lado, as empresas afirmam que o momento requer estratégias para converter o interesse do consumidor em reservas.

“O que aprendemos nos últimos dois anos é que tem sido muito difícil prever onde as viagens acontecerão, quantas pessoas viajarão e quais restrições podem impedi-las ou capacitá-las”, pontua Susie Vowinkel, diretora-gerente de Viagens Globais do Google.

“O que estamos realmente tentando fazer é ajudar nossos parceiros a capturar essa demanda sem precisar saber exatamente o que é preciso antecipar, apenas estando preparados para capturá-la quando realmente retornar”, completa. Entre as ferramentas de dados que o Google oferece para parceiros, estão Google Trends, Destination Insights with Google, Flight Demand Explores e Mobility Reports.

Susie destaca que os parceiros de viagens que conseguiram captar a demanda da pandemia estão desenvolvendo estratégias com três características comuns. São elas:

Insights-led: a executiva diz que as marcas de viagens de sucesso estão aproveitando os dados que existem para se informar mais sobre os consumidores e o que eles podem fazer quando voltarem a viajar.

Data-driven: parceiros bem-sucedidos estão usando dados primários para tornar as campanhas de marketing inteligentes. Uma parte importante disso, segundo Susie, é aproveitar recursos de automação por meio do Performance Max. O sistema ajuda os profissionais de marketing a acessar todo o inventário do Google Ads de uma única campanha no YouTube, display, pesquisa, Discover, Gmail e Maps.

Agile: por fim, Susie diz que, como a demanda por viagens permanece dinâmica, com as marcas se posicionando cada vez melhor para capturar reservas e fazer ajustes em suas estratégias. A executiva diz que o Google continuará a desenvolver ferramentas de viagem, tanto para auxiliar os parceiros, quanto para ajudar os consumidores a tomar decisões. Entre elas, está Things to Do, sistema integrado ao Maps, que permite que os consumidores possam comparar e acessar links de reservas para passeios, atividades e atrações. Susie acrescenta que o Google também está interessado na demanda de negócios e lançará pesquisas personalizadas sobre as tendências globais ainda este ano.

(*) Crédito da foto: SoleynFeyssa/Unsplash