Diante da crise no setor de viagens causada pela pandemia, o Google vem fazendo sua parte para auxiliar na retomada das atividades. Se, em dezembro, o buscador lançou um hub de ferramentas projetadas para ajudar parceiros na tomada de decisões a partir de dados, agora gigante digital anunciou mudanças na forma de gerenciar os links para reservas de hotéis.

A partir de hoje (9), a empresa de tecnologia vai adicionar uma lista orgânica que permite a hotéis, OTAs e outros players intermediários de reservas ganhar mais visibilidade gratuita, informa a Phocuswire. Com a mudança, o Google passa a oferecer opções de compra mais abrangentes aos consumidores, tornando-o um metabuscador ainda mais competitivo na indústria de viagens.

Antes da alteração, os links de reserva do Google Travel eram anúncios pagos, classificados pelo modelo tradicional de cobrança do Google (lances instantâneos). Agora, quando um viajante pesquisar por acomodações em destinos específicos, ao clicar em um determinado hotel, haverá dois novos slots orgânicos dentro do módulo de reserva, além de outros quatro anúncios.

Portanto, ao clicar na guia “preços”, o consumidor terá à sua frente até quatro opções de anunciantes, além de um número ilimitado de links de reservas orgânicos de parceiros qualificados. Segundo a empresa, qualquer hotel ou OTA está apto para participar por meio de sua conta do Hotel Center.

Richard Holden, vice-presidente de Gerenciamento de Produtos do Google, reconhece que um dos desafios de fornecer uma lista orgânica de links é garantir que as informações de preços sejam precisas. Para resolver isso, o executivo diz que o buscador usará uma combinação de soluções tecnológicas e operacionais que são usadas há anos para garantir que as taxas exibidas em anúncios pagos sejam válidas.

“Há um pouco mais de complexidade nisso, pois quando você tem alguém que está pagando por um produto, há um incentivo para garantir que os dados estejam corretos. Portanto, você pode ouvir algum clamor da indústria sobre o quão difícil é policiar isso em um espaço orgânico. Acho válida essa preocupação. De fato, é mais difícil averiguar esses dados, mas trabalhamos bastante nos últimos dois trimestres neste produto para garantir que temos ferramentas e processos adequados para monitorar isso”, diz Holden.

Juntamente com a exatidão do preço, o Google diz que a classificação de links orgânicos gratuitos será baseada em um algoritmo que considera itens como preços, taxas de cliques e experiência na página de destino. Os usuários não podem alterar a ordem de exibição dos hotéis (links), mas poderão filtrar para mostrar apenas aquelas que oferecem cancelamento gratuito. Eles também podem optar por ver as tarifas por noite, com ou sem impostos e taxas, ou por estadia

Google: resultados dos testes

Desde o final do ano passado, o Google tem testado esse novo formato para links de reserva de hotel com alguns de seus parceiros. Holden diz que os testes mostraram que houve aumento no tráfego, assim como envolvimento de hotéis individuais e OTAs, nesses experimentos. Ele também reconhece que a mudança cria outro elemento a ser gerenciado pelos profissionais de marketing.

“Acho que pode aumentar um pouco a complexidade e pode causar algum nervosismo, mas posso dizer, a partir dos dados de experimentos, que estamos vendo benefícios para todos os players envolvidos”, salienta Holden.

“No geral, é uma grande mudança na perspectiva do usuário, e é uma boa mudança também em todo ecossistema de busca, com um olhar mais completo e abrangente. Espero – e acredito ter olhado com atenção para muitos dados nesta direção até agora – que a mudança será bem recebida ao longo do tempo, resultando ainda em um bom desempenho para hotéis, OTAs e outros intermediários”, finaliza.

(*) Crédito da foto: PhotoMIX-Company/Pixabay