Aos poucos, o turismo internacional vai recompondo a sua demanda. De acordo com a OMT (Organização Mundial de Turismo), no primeiro trimestre deste ano, o segmento registrou aumento de 182% na comparação anual. Colocando a lupa na América do Sul, a GlobalData aponta queda de 35 milhões de visitantes em 2019 para meros 3,3 milhões em 2021, ainda consequência das restrições da pandemia. Isso significa que a região perdeu cerca de US$ 49,2 bilhões em gastos de turistas nos últimos dois anos.

A boa notícia é que o último relatório da GlobalData revela que o número de chegadas internacionais em países sul-americanos deve retornar aos níveis pré-pandêmicos até 2024, somando 35,5 milhões de visitantes e geração de US$ 32,9 bilhões no mesmo ano.

“A América do Sul viu grandes mudanças no número de visitantes em 2022, com a região já mostrando sinais claros de recuperação. O efeito foi particularmente grande nesta região, pois normalmente era mais lento remover as restrições de viagem do que os países do Oriente Médio e da Europa. Hotéis, aeroportos e destinos turísticos podem sofrer com o fluxo repentino de demanda, como foi visto em algumas partes da Europa”, comenta Hannah Free, analista de Viagens e Turismo da GlobalData.

Recorte regional

Mesmo com as restrições, a Colômbia registrou crescimento no turismo internacional, em parte graças ao filme Encanto, da Disney, que destacou a cultura e as belezas naturais do país. As chegadas internacionais aumentaram 11% na comparação anual, ultrapassando Brasil e Argentina, tornando-se a nação sul-americana mais visitada em 2021.

A Guiana também avançou, com aumento de 16,4%, na mesma base de comparação. A localização geográfica do país, juntamente com sua conexão histórica com o Caribe, a torna um local ideal para cruzeiros, praias, aventura, turismo cultural e de natureza. Por outro lado, o potencial do destino é prejudicado pela fraca identidade da marca, inexistência de investimentos em marketing e promoção, além da baixa conectividade.

De acordo com a Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo), o Brasil deve receber até 4 milhões de visitantes estrangeiros este ano. Para elevar a divulgação do destino, a entidade conta com orçamento recorde de US$ 20 milhões.

“O desempenho do turismo regional da América do Sul também é prejudicado pela infraestrutura precária. As chegadas internacionais são desproporcionalmente baixas devido à infraestrutura de transporte aéreo subdesenvolvida, bem como à falta de opções de companhias aéreas de baixo custo, o que prejudica a acessibilidade”, acrescenta a analista.

“No entanto, o banco de dados de projetos de construção da GlobalData mostra que existem 59 projetos de infraestrutura aeroportuária ativos na América do Sul, que serão fundamentais para facilitar o crescimento do turismo”, finaliza Hannah.

(*) Crédito da foto: JESHOOTS-com/Pixabay