Mesmo constituída e baseada na França, pode-se dizer que a GL events pleiteia e “dá a cara para bater” pelo setor de eventos brasileiro. A afirmação foi de Milena Palumbo, recém-nomeada a primeira mulher CEO da multinacional no Brasil, em coletiva de imprensa online hoje (14).

Para a executiva, há pouco entendimento sobre a área por parte das autoridades, o que torna a retomada ainda mais desafiadora. “Como grande representante deste segmento no mundo, a GL events tem a responsabilidade de fazer frente para medidas de auxílio, como o Perse e a MP 936, ambas em tramitação no legislativo”, diz.

Ainda de acordo com Milena, o governo Federal não enxerga o setor de eventos, de fato, como economia. Caso o fizesse, segundo ela, o setor seria um dos primeiros a ser ajudado – o que não aconteceu.

GL events

Milena e Timperio: setor de eventos é pouco compreendido no Brasil

“O corpo diretor da companhia, em geral, dedica muita energia para influenciar em decisões do poder público. Nos reunimos com entidades, associações e representantes governamentais para explicitar o quanto sofremos – e continuamos – durante a pandemia”, pontua a CEO.

Atualmente, a GL events opera cinco complexos de eventos no Brasil: Centro de Convenções de Salvador; Santos Convention (SP), Riocentro, Jeunesse Arena (RJ) e o Anhembi. O último equipamento citado foi adquirido por meio de licitação em janeiro de 2021.

GL events: impacto do Anhembi

Não é segredo que, por no mínimo 30 anos, a GL events gerenciará o complexo do Anhembi, em São Paulo. A noticia correu e até mesmo um plano de investimento de quase R$ 1 bilhão foi anunciado. Contudo, Milena e Damien Timperio, que administrará as relações na América Latina, detalharam mais sobre o projeto.

Segundo Timperio, que está voltando à França após 15 anos no Brasil, a licitação do Anhembi terá três vertentes principais:

  • Pensar projeto arquitetônico do setor de eventos;
  • Explorar todas oportunidades imobiliárias oferecidas no terreno (382 mil metros quadrados);
  • Criar um distrito icônico para a cidade.

“O campo de atuação com o Anhembi será amplo e incluirá mercados de entretenimento, corporativo e imobiliário. A flexibilidade permitirá que a captação de eventos seja mais fácil e produtos sejam mesclados”, explica.

Na visão de Milena, um equipamento que se assemelha a intenção da GL events com o complexo paulista é o LA Live, em Los Angeles, nos EUA. “É um projeto que abriga estúdios de TV, salas de eventos, arenas etc., mas permite circulação livre das pessoas. Se aplicarmos isso ao Anhembi, criaremos um atrativo para a região. Praticamente um bairro”, ela complementa.

Quando funciona?

A retomada do complexo e o início de obras, segundo Timperio, estão sujeitos a condições sanitárias do momento. Com atuais restrições, por exemplo, não existe previsão para que a operação volte – mesmo parcialmente.

No entanto, o plano inicial da gigante francesa inclui manter, pelo menos, um espaço disponível para eventos. O objetivo é que isso aconteça em paralelo às obras em outras áreas do complexo, mas depende da realidade do mercado.

Futuro

O objetivo está claro: transformar o equipamento em um grande atrativo para a capital paulista. Produtos diversos, convenções, shows, congressos e eventos nichados, por exemplo, serão os artifícios para isso. E segundo o executivo, o objetivo é manter o trabalho em conjunto com a prefeitura da cidade.

“Nós mostraremos todo e qualquer projeto à prefeitura, aceitando ajuda e sugestões. É um trabalho a quatro mãos, pois no final das contas, o terreno sempre pertencerá a São Paulo”.

(*) Crédito da capa: Riocentro/GL events

(**) Crédito da foto: Reprodução/Coletiva de imprensa