Uma bomba agitou a tarde do setor hoteleiro. Segundo informações divulgadas inicialmente pelo Panrotas, Guilherme Paulus negocia a venda da GJP Hotels & Resorts para o fundo paulista R Capital. Em comunicado, a rede diz que a transação deve ser concretizada em até 120 dias. Os valores não foram divulgados.

Vale destacar que a transação envolveu dois negócios distintos: os hotéis e a operadora, além de terrenos que pertenciam à rede. Não se sabe a motivação do negócio, mas pelo que apurou a reportagem do Hotelier News, foi uma boa venda da família Paulus. Isso porque, no contexto atual de crise no setor hoteleiro em função da pandemia, ativos hoteleiros não estão entre os mais disputados no mercado imobiliário. Ao contrário, possíveis vendas teriam mais probabilidade de envolver distressed assets, que são investimento de longo prazo, risco mais alto e, em função disso, com precificação abaixo do valor de mercado.

A transação mostra também que, apesar das incertezas, há (quem diria) liquidez no setor hoteleiro muito além de distressed assets. Resta saber quem serão os principais atores desses possíveis M&A (Fusões & Aquisições, na tradução livre). Pelo visto, fundos de private equity são certamente candidatos a protagonistas.

Segundo a reportagem do Panrotas, a R Capital deve manter a diretoria da GJP, incluindo Fábio Godinho, mas a família Paulus deixa o negócio. Por isso, especula-se que a rede tende a mudar de nome, já que leva as iniciais do fundador da CVC.

GJP hotels & Resorts: histórico de negócios

Essas não é a primeira grande transação de Paulus na indústria de viagens. Fundador da CVC, o empresário vendeu a operadora para o grupo norte-americano Carlyle em 2010. No ano seguinte, foi a vez de WebJet, negociada com a Gol.

Ter uma rede hoteleira era um objetivo que Paulus sempre acalentou. Fundada em 2005, a GJP segue um modelo diferente da maioria dos seus concorrentes, sendo dona dos hotéis. Atualmente, são nove unidades (quase 3 mil UHs) divididas por alguns dos principais destinos turísticos do país, como Rio de Janeiro, Gramado (RS), Foz do Iguaçu (PR) e Natal. Ao todo são quatro marcas: Wish, Prodigy, Linx e Marupiara.

Já a R Capital integra o Grupo RTSC, fundado em 2014. Segundo o site da empresa, a “holding atua nas principais áreas de negócios relacionadas ao mercado financeiro, especialmente nos segmentos imobiliário e de investimentos, com o objetivo de ser a solução entre as necessidades dos empreendedores e investidores.”

(*) Crédito da foto: Divulgação/GJP Hotels & Resorts