Four Seasons São Paulo - Michael SchmidSorriso não é à toa: um ano depois, Schmid vê operação bem ajustada

Há exatamente um ano, a hotelaria de luxo paulistana ganhava o primeiro Four Seasons do país. Muito embora a abertura oficial tenha ocorrido dois dias depois, os primeiros hóspedes chegaram em 15 de outubro de 2018, pondo fim à expectativa na equipe de colaboradores, lideranças, investidores e, por que não, também da concorrência. Para fazer um balanço dos primeiros 12 meses de operação da mais nova oferta cinco estrelas da cidade, conversamos com Michael Schmid, gerente geral da unidade. 

Com um bem cortado terno Príncipe de Gales cinza, o executivo recebeu a reportagem com sorriso no rosto no bonito restaurante Neto. A razão era óbvia. “Na operação, está tudo ocorrendo como planejamos, dentro do padrão de qualidade e de serviços da marca”, comentou Schmid, com seu indefectível sotaque gringo (suíço), já muito melhor e devidamente tropicalizado em relação ao nosso último encontro.

“Ficávamos nos perguntando se os candidatos se encaixariam na cultura empresarial da marca, até em função da razoavelmente limitada oferta de luxo na cidade. Conseguimos atrair colaboradores de concorrentes, gente nova no mercado e treinamos todo mundo. Acho que, mais do que sorte nas contratações, conseguimos uma boa mistura no time do hotel”, afirma o executivo. “Medimos o sucesso dessa montagem de equipe com os bons reviews nas OTAs e nos sites de avaliações”, completa.

Na área de hospedagem, Schmid reconhece os desafios enfrentados nesses primeiros 12 meses de operação. “O produto é novo, numa área relativamente recente na cidade, que vive expansão. Como temos foco no corporativo, estamos ampliando os acordos com agências e empresas, em negociações que levam tempo para amadurecer”, explica. “É tudo um processo, uma construção. O ponto positivo é que o Brasil parece estar saindo da crise”, comenta.

Ainda assim, o executivo revela que alcançou a precificação projetada para o hotel, o que indica boa aceitação do produto por parte do público-alvo. “O volume não foi o que desejávamos, mas, como disse, é tudo um processo de construção. Em termos de diária média, estamos trabalhando exatamente no patamar que desejávamos: de R$ 1,2 mil a R$ 1,3 mil”, celebra.

Four Seasons São Paulo - Bar CajuA&B vem performando bem e um drinque no Caju é quase obrigatório

Four Seasons São Paulo: A&B

Com oito salas de eventos, sendo a maior com capacidade para até 500 pessoas em auditório, o Four Seasons São Paulo sediou um bom número de encontros ao longo desses 12 meses. “Demorou um pouco, o que é normal em função da abertura, mas agora estamos com uma demanda consolidada”, revela Schmid. “Farmacêuticas têm sido os principais clientes, mas recebemos também eventos de consultorias e de empresas do mercado financeiro, entre outros segmentos”, acrescenta.

Além dos bons resultados da área de eventos, o A&B (Alimentos & Bebidas) também respondeu rapidamente. Hoje, segundo Schmid, o departamento responde por 35% da receita, incluindo banquetes. No restaurante Neto, ele revela que os públicos do almoço e do jantar, como esperado, são bem diferentes. Para tentar atrair executivos que trabalham na região, o estabelecimento oferta uma refeição com entrada e prato principal a R$ 74. Há ainda a Massa do Dia, com um preço altamente competitivo (R$ 45), ainda mais dentro de um hotel de luxo.

“Desde o princípio, pensamos no Neto como um local que viria desmistificar aquela impressão de que restaurante de hotel é caro e só para hóspedes. Fizemos alterações no cardápio e apostamos em preços mais agressivos no almoço, o que vem dando resultado”, explica o gerente geral do Four Seasons São Paulo. “Já no jantar, 60% do público são de não hóspedes. Não buscamos premiações ou estrelas. Nossa meta é ter um A&B vibrante, que atraia clientes e que, principalmente, os faça voltar”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Four Seasons São Paulo